MINHA QUERIDA PETROLINA
(por Jaquelyne de Almeida Costa, jornalista e poetisa)
Petrolina,
Cristalina franciscana
De menina em tuas águas
Hoje vivo na distância.
Em tuas chuvinhas tão finas
Refrescando teus viventes
Que em tuas terras
Sempre muito quentes
Encontram socorro no mais querido
E ilustre cidadão:
O Velho Chico,
Que verde vive no sertão!
Não sei de onde teu nome
Se por teus primeiros moradores
Ou em honra ao Imperador
Em visita às tuas terras,
Sei que tu me fascinas
Pois sou tua filha
Minha amada Petrolina!
De ti não nego a origem
Não te guardo em segredo
Nem te escondo o orgulho
Que extravasa de meu coração
Que sinto ao lembrar-me do ontem
Quando ainda eras um pedaço de terra
Enfeitado por um brilhante penedo
Que de dia nas verdes águas dava um mergulho
E pela noite agregava as aves de rapina do sertão.
Se te chamam a Princesinha do Sertão
Te digo mais ainda
És a Cinderela do Nordeste
És cidade-luz do Pernambuco!
Acreditando na história
De Santana Padilha
Escuto o eco do casamento
Que sucedeu onde hoje é a Catedral
E o padre italiano
A pronunciar dois curtos nomes
O de Pedro e Lina
Que em seu sotaque estrangeiro
Fez-se ouvir Petrolina.
E aqui encerro este poema
Que é uma forma de dizer-te
O quanto és bem quista por esta tua filha
Que mesmo estando em distância
Não te esquece jamais,
Minha querida Petrolina!
PETROLINA: TERRA E GENTE
(Hélio de Araújo, professor e poeta)
Petrolina é uma cidade
Que fica lá no sertão
Tem a linda Catedral
As frutas de irrigação
O belo Rio São Francisco
E festa de São João
Lá tem o Samba de Véio
E a Missa do Vaqueiro
O grande Forró da Espora
Um povo hospitaleiro
Tem Vitório, o ecologista
E Anselmo, o bodegueiro
Tem vaquejada da boa
A tradicional Jecana
Carlos Augusto, o locutor
Carrancas de dona Ana
Pinturas de Celestino
E plantação de banana
Em Petrolina também tem
Acarajé, beiju, pastel
Tem o grupo de Reisado
E música de Maciel
Tem procissão todo ano,
Do povo que é fiel
Tem desfile na avenida
E carne de bode assada
A dança de Maralvina
E também tem umbuzada
Notícias com dona Inah
E o prato de buchada
Tem morador ribeirinho
E também o matingueiro
Tem o povo da caatinga
Lá da área do sequeiro
O mecânico Ivanildo
E Sinval que é doceiro
Tem Sida, a poetisa
Adeli na educação
Malan rezando a missa
“Seu” Zé plantando feijão
Tem Silva, Batista, Amorim,
Coelho, Cavalcante e Cancão
Tudo isso é Petrolina:
Folclore, comida, tradição,
Ruas, plantas, muito Sol,
Festa, trabalho e religião
Um povo bom, de coragem,
Compromisso e coração!
PETROLINA MAIS UM DIA
(Jamesson Buarque, Mano – professor, técnico em agropecuária e poeta)
Pardal no fio,
Sol no horizonte,
Cheiro de rio
Sem maresia,
Matas defronte:
Concreta e branca;
Terra carranca
É mais um dia!
Mandacaru,
Corpo pendão;
O Alto Urubu
Vau em harmonia
Donde o sertão
Se desatina
De Petrolina a
Santa Maria.
Canto Carneiro
Desce Azevedo
Sempre luzeiro
Na poesia,
Sem gosto azedo,
Na barcarola,
Numa viola,
Num branco dia.
Vindo qui nem
O mestre Lôro
Vem qui nem vem
Na MELOdia
Do verso de ouro,
Que dedilhada,
Canta a trovada
Do dia-a-dia.
Cheiro de rio,
Corpo pendão,
Pardal no fio
Da poesia
Donde o sertão
Desce Azevedo
Sem gosto azedo,
Sem maresia.
Sol no horizonte
De Petrolina;
Matas defronte
Em harmonia;
Sinto a menina
Na barcarola,
Numa viola…
É mais um dia!
PETROLINA – ENTRE AS CINZAS DO PASSADO E OS ALBORES DO PORVIR
(Por Cid Carvalho, jornalista, escritor e poeta [in memoriam])
Do ingente rebolar nas cinzas do Passado,
Levanta-se a Cidade, em gestos de lembrança,
Trazendo no olhar, um brilho desusado
Que oculta o seu sentir, aos fluxos de esperança.
E uma etapa nova impõe-lhe conquistar,
Fitando, sem temor, o lastro dos caminhos
E forte desafio, solene sufocar,
A fúria intimidante e rude dos espinhos.
E vai, de fronte erguida, tentar a escalada
Aos cimos do ideal que lhe anima a vida,
Fazendo-lhe prosseguir ao êxito da jornada.
Em nobre exaltação vai, célebre, atingir,
No longo estirão da estrada colorida,
Os rútilos e reais albores do Porvir.
(box)
O Diário da Região agradece ao apoio precioso da professora Elisabet Moreira que cedeu alguns poemas constam no livro ‘Antologia Poética Ribeirinha’ de 1995.