A Polícia Federal prendeu, nesta quinta feira (27), 22 pessoas suspeitas de integrar a maior quadrilha de tráfico de drogas sintéticas do país. Segundo os investigadores, o grupo usava empresas regulares para comprar produtos químicos e produzir entorpecentes como anfetaminas e cocaína, que eram vendidos em Goiás, outros cinco estados e no Distrito Federal.
A PF não divulgou onde as prisões foram efetuadas nem revelou as identidades dos detidos. No entanto, informou que três donos de laboratórios químicos de Goiânia estão entre os presos.
Os agentes calculam que a organização movimentou, em apenas oito meses, R$ 240 milhões. “Ela é considerada a maior quadrilha de drogas pela quantia de entorpecentes encontrados nos laboratórios. Em dois anos, eles fabricaram cerca de 12 milhões de comprimidos [de ecstasy] para vender no país”, disse o delegado Bruno Gama, do Departamento de Repressão a Entorpecentes da Polícia Federal em Goiás.
Durante as investigações, que começaram em dezembro de 2013, os agentes desmontaram nove laboratórios para a produção dos entorpecentes e apreenderam mais de 1,4 milhão de comprimidos de ecstasy. Em um deles estavam sendo produzido 800 mil comprimidos e em outro, 630 mil comprimidos da droga.
O superintendente da PF em Goiás, Umberto Ramos, explicou que, ao todo, quatro laboratórios químicos, que eram regulamentados, vendiam produtos como éter para que os traficantes pudessem produzir e revender as drogas. A Polícia Federal descobriu que um dos pontos de venda eram farmácias de Goiânia.
Comandada em Goiás, a quadrilha também agia em São Paulo, Paraná, Tocantins, Bahia, Minas Gerais e no DF.
Mandados
Estão sendo cumpridos, desde o início da manhã, 145 mandados judiciais, entre eles, 30 de prisão temporária, oito de prisão preventiva, 40 conduções coercitivas, 55 buscas e apreensões e 12 sequestros de bens e imóveis, incluindo um prédio residencial de 20 apartamentos, em um local não divulgado.
Segundo os investigadores, os laboratórios compravam grande quantidade de produtos químicos e repassavam à quadrilha.
“Todo estabelecimento que precisa de produtos químicos tem um cadastro na Divisão de Controle e Fiscalização de produtos químicos da Policia Federal. Esses laboratórios superestimavam a necessidade desses produtos e desviavam o excedente para os integrantes da quadrilha produzirem as drogas”, explicou o superintendente da PF em Goiás, Umberto Ramos.
O delegado Bruno Gama explicou também que o grupo tentava enganar a fiscalização da Polícia Federal. “Os donos de laboratórios químicos vendiam produtos acima do permitido, mesmo sabendo que a destinação era ilícita e para o tráfico de drogas. Se o permitido era vender apenas dois litros de éter, por exemplo, eles vendiam dez e emitiam várias notas fiscais falando que vendiam dois litros”, disse.
Os suspeitos devem responder por tráfico de drogas, associação para o tráfico, falsidade ideológica e tráfico de produtos químicos para a produção de drogas.
Fonte: Portal G1