Etiene Medeiros nunca foi a primeira aluna da classe. Dedicada, sempre tirou boas notas, mas não era daquelas com só 10 no boletim. Na natação, porém, a pernambucana de 23 anos sempre foi desbravadora. Foi assim em 2008, quando foi prata no Mundial júnior e a primeira mulher brasileira a conquistar uma medalha na competição. Na última quinta-feira, debutou também ao subir no pódio do Mundial de Doha, com o ouro no revezamento misto. No domingo, o ineditismo foi triplo na final dos 50m peito: medalha, ouro e recorde mundial.
– Estou muito feliz, me realizei com essa medalha de ouro. A felicidade foi imensa, mas o objetivo não foi cumprido ainda. O foco é total nas Olimpíadas, quero fazer história de novo – disse a exigente atleta.
Etiene Medeiros é ouro nos 50m peito no Mundial de Doha (Foto: Satiro Sodré / SSpress)
A prova dos 50m costas não é realizada em Jogos Olímpicos, e a atleta já vem fazendo um trabalho especial para a prova de 100m há algum tempo. No Mundial de Doha, foi sétima colocada:
– Está tudo voltado para a prova dos 100m, para a disputa das Olimpíadas. Meu maior sonho é estar lá e representar bem o Brasil. O que eu posso fazer ainda não sei, mas vou treinar muito – disse.

A medalha de ouro conquistada por Etiene veio menos de cinco minutos depois do título de Cielo nos 100m livre. O maior nadador da história do país afirma que o feito vai mudar a natação feminina para sempre:
– É um paradigma pesado que foi quebrado, não só para a natação brasileira, como para o esporte feminino no geral. Não é só medalha, é um combo com o recorde mundial, é um feito e tanto – disse Cielo.
As atenções de Etiene Medeiros agora estão voltadas para o Open, competição que reunirá os melhores do país na semana que vem, no Rio de Janeiro. O evento, em piscina longa, é a primeira seletiva para o Mundial do ano que vem em Kazan (Rússia) e para os Jogos Pan-Americanos.
Fonte: Globo Esporte


