A primeira-dama de João Pessoa, Lauremília Lucena, foi presa na manhã deste sábado (28) pela Polícia Federal. Segundo a Polícia Federal, ela foi presa em uma operação por aliciamento violento de eleitores e organização criminosa nas eleições municipais. Lauremília é esposa de Cícero Lucena, atual prefeito de João Pessoa que tenta reeleição. Ele não é citado na operação.
A juíza que determinou a prisão, Maria de Fátima Lúcia Ramalho, afirmou, na decisão, que Lauremília e a secretária Tereza Cristina teriam participação ativa em um esquema em acordo com uma facção criminosa para influenciar as eleições municipais de 2024.
A ação é a 3ª fase parte da Operação Território Livre, da Polícia Federal, com o apoio do GAECO (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado). Na segunda fase, a vereadora de João Pessoa Raíssa Lacerda também foi presa.
Nesta fase da Território Livre, foram cumpridos mandados de prisão e busca e apreensão contra:
- Maria Lauremília Assis de Lucena, primeira-dama de João Pessoa;
- Tereza Cristina Barbosa Albuquerque, secretária de Lauremília.
Após audiência de custódia, ficou definido que as duas vão ficar presas no Presídio Júlia Maranhão.
Os advogados de Lauremília preferiram não comentar o caso com as equipes da TV Cabo Branco até a última atualização desta matéria.
Cícero Lucena, marido de Lauremília e atual prefeito de João Pessoa, publicou uma nota em suas redes sociais na manhã deste sábado (28), afirmando que enxerga a operação como um ataque arquitetado por seus adversários às vésperas da eleição.
“Lauremília tem uma vida limpa, é uma benfeitora na cidade e do Estado. Ela provará sua inocência, sendo mais uma vítima de injustiça, assim como Cícero também foi”, disse a nota.
Segundo a decisão, Lauremília e Tereza Cristina teriam desempenhado papéis centrais na nomeação de pessoas ligadas ao esquema criminoso na gestão muncipal. Indícios mostram que elas viabilizavam a nomeação de servidores comissionados em troca de apoio político da facção e controle dos territórios durante o processo eleitoral.
As nomeações seriam feitas mediante acordos ilegais com membros de facção criminosa, como David Sena e Keny Rogeus – apontados como chefes de facções no Alto do Mateus e no Bairro São José, respectivamente – para garantir o apoio da organização nas eleições.
A filha de Lauremília, Janine Lucena, também já tinha sido alvo de busca na Operação Mandare.
Operação Território Livre
A ação é a 3ª fase parte da Operação Território Livre, da Polícia Federal, com o apoio do GAECO (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado).
A operação quer combater o aliciamento violento de eleitores e é batizada de “Território Livre” em referência à liberdade que os eleitores devem ter de ir e vir e também de exercer o seu voto.
Nesta terceira fase da Território Livre, foram presas:
- Maria Lauremília Assis de Lucena, primeira-dama de João Pessoa;
- Tereza Cristina Barbosa Albuquerque, secretária de Lauremília.
Na segunda fase da Território Livre, no dia 19 de setembro, foram presos:
- Raíssa Lacerda, vereadora de João Pessoa e suspeita de liderar o esquema;
- Pollyanna Monteiro Dantas dos Santos, suspeita de pressionar moradores do bairro São José para determinar em quem eles devem votar;
- Taciana Batista do Nascimento, usada por Pollyana para exercer influência na comunidade. É ligada ao centro comunitário Ateliê da Vida;
- Kaline Neres do Nascimento Rodrigues, articuladora de Raíssa Lacerda no Alto do Mateus; suspeita de ter ligação com facções do bairro;
- Keny Rogeus Gomes da Silva, marido de Pollyanna e apontado como chefe da facção Nova Okaida; já estava preso no PB1.
Um suspeito de chefiar uma facção criminosa no Bairro São José, David Sena, mais conhecido como Cabeça, também teve mandado de prisão expedido, mas segue foragido.
Marido tenta reeleição
O atual prefeito de João Pessoa e marido de Lauremília Lucena, Cícero Lucena, tenta a reeleição no pleito de 2024.
Recentemente, ele refutou alegações sobre envolvimento de sua gestão com grupos criminosos. Ele não é citado na operação.
G1