População do Brasil deve parar de crescer em 30 anos

Mundo chega hoje aos 7 bilhões de habitantes, e nosso país tem cada vez menos crianças

Brasileiras têm cada vez menos filhos. No futuro, população vai encolher

Com mais de 190 milhões de habitantes, o Brasil ainda é o gigante da América Latina e está entre os cinco mais populosos do mundo. Mas o ritmo de crescimento não para de cair e deve chegar a zero em 2040, segundo estimativas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Isso porque as brasileiras têm cada vez menos filhos. A taxa de fecundidade atual é 1,94 filhos por mulher, segundo a Pnad (Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios) de 2009. E a projeção para 2040 é de 1,5 crianças.

O mundo chega a 7 bilhões de pessoas nesta segunda-feira (31) e, assim como o Brasil, também tem taxa de crescimento populacional cada vez menor. Hoje, o índice do planeta é de 1,092% ao ano, mas já foi de 2,1% na década de 1970. O brasileiro é 1,17% ao ano. Especialistas preveem que, no período de 2010 a 2015, essa taxa caia para 0,89%.

Em 2040, a população deve chegar a 219 milhões. Em 2050, o total diminui e será um pouco maior de 215 milhões.

Mas o país já teve índices de crescimento e de fecundidade bem altos. Em 1960, cada mulher tinha mais de seis filhos. O crescimento do Brasil disparou no último século, em especial nas décadas de 1950 e 1960, chegando a uma taxa de 3% ao ano. Com isso, era possível duplicar a população em aproximadamente 24 anos. Além da fecundidade alta, naquela época, o Brasil começou a reduzir a taxa de mortalidade. As mulheres tinham muitos filhos – e mais bebês conseguiam sobreviver.

O pesquisador do IBGE Fernando Albuquerque conta que não foi preciso muito investimento para isso acontecer. Programas de vacinação em massa e de atenção pré e pós-natal, além de melhorias no saneamento básico, ajudaram a reduzir a mortalidade de recém-nascidos.

Foi na década de 1970 que as coisas começaram a mudar. A quantidade de filhos por mulher caiu, para a surpresa de todos, lembra José Alberto Magno de Carvalho, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas Administrativas e Contábeis da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).

“Não houve nenhuma política [para redução da taxa de fecundidade]. Houve mudanças estruturais na sociedade brasileira, em termos econômicos e sociais, como o aumento nos níveis de escolaridade”, disse José Alberto.

O impacto da popularização da pílula anticoncepcional começou a ser sentida com mais força a partir da década de 1980, quando a fecundidade ficou em 4,4 filhos.

Carvalho diz que a redução foi muito rápida no país. A Inglaterra levou 120 anos para diminuir a taxa de filhos por mulher, o que no Brasil foi feito em 40 anos.

Mudanças futuras

O pesquisador do IBGE afirma que a redução da mortalidade, que ainda é preocupante, pode contrabalancear o menor número de nascimentos. Em 1960, a taxa de mortalidade infantil (número de óbitos de crianças menores de um ano dividido pelo número de nascidos vivos) era de 131. Ou seja, havia 131 mortes para cada mil crianças nascidas vivas. Em 2000, a taxa pelo Censo foi de 30,1. Em 2010, pela projeção, será em torno de 21. Em países desenvolvidos, há cinco mortes por mil. O Japão, por exemplo, tem três mortes por mil.

O que ocorre no Brasil hoje é que temos cada vez menos crianças e mais população adulta. Em breve, seremos um país com número bem maior de idosos.

José Alberto Carvalho, da UFMG, explica que até os anos 70 menos de 3% da população brasileira era formada por idosos. Atualmente, já são 6% e 7%. Daqui a 15 e 20 anos, a eles vão ser 17 ou 18%.

“O país terá que passar por mudanças drásticas em termos de saúde e no sistema previdenciário. O sistema previdenciário funcionou bem, mas vai se tornar inviável se não houver uma reforma profunda. Quem vai manter toda essa população idosa será a criançada que está nascendo agora, em número cada vez menor”, destacou.

O professor diz que será preciso investimento para melhorar a qualidade da educação, para que as novas gerações produzam mais riquezas, capazes de manter aqueles que não poderão trabalhar.

Em um futuro não muito distante, o Brasil terá que se preocupar menos com vagas em creches e escolas, e mais com vagas em hospitais e instituições de atendimento a idosos.

 

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