Pouco antes de o papa Francisco afirmar que homossexuais não devem ser julgados, o ex-arcebispo da Igreja Anglicana da Cidade do Cabo, Desmond Tutu, declarou, na última sexta-feira (26), que prefere o inferno a um paraíso homofóbico. “Eu não veneraria um Deus que fosse homofóbico. Eu me recusaria a entrar em um paraíso homofóbico. Chegaria lá e diria: ‘sinto muito’, prefiro ir para ‘o outro lugar’”, afirmou, durante evento na Organização das Nações Unidas (ONU) na África do Sul em defesa da diversidade sexual. Vencedor do Prêmio Nobel da Paz em 1984 por sua atuação contra o apartheid, o religioso também fez pesadas críticas a líderes espirituais que discriminam pessoas por suas opções sexuais. O evento da ONU contou ainda com a presença do secretário-geral da entidade, Ban Ki-moon, e da alta comissária para os direitos humanos, Navi Pillay. Em discurso, Pillay lembrou que 76 países criminalizam as relações entre pessoas do mesmo sexo e que as punições, nesses locais, variam desde sentenças de prisão à execução. “Isso se constitui em clara violação aos direitos humanos básicos”, relatou.
(BN)