As seis prisões realizadas pela Polícia Militar do Rio de Janeiro nesta terça-feira foram fundamentais para desarticular a cúpula de uma das principaia facções criminosas que ainda estava solta e atuando no Estado. Além de Ricardo Chaves de Castro Lima, o Fu da Mineira, Cláudio José de Sousa, o CL da Mineira, e Eduardo Luiz Paixão, o 2D, a facção tem outras duas lideranças soltas, que seriam os traficantes Pezão e Marcelo Piloto, que segundo informações da Inteligência da PM, estariam fora do país.
“Essa ação do Bope hoje foi fundamental para desarticular a cúpula do Comando Vermelho solta, porque eles vão ter que buscar novas lideranças. Ou essas lideranças que estão no Paraguai retornam ou eles vão ter que eleger novos líderes, porque numa única ação a gente conseguiu tirar de cena seis pessoas que estavam à frente do que a gente chama de guerra”, afirmou o coronel Antônio Goulart, coordenador de Inteligência da PM.
(Foto: Janaína Carvalho/G1)
De acordo com o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, as prisões foram importantes para tirar das ruas criminosos com extensa ficha criminal e já condenados pela Justiça. “Essas pessoas juntas produzem 120 anos de cadeia. Dois daqueles ali, um tinha condenação até 2053, outro até 2035 e saiu para visitar a família em 5 dias e nos causou todo aquele problema no São Carlos que os senhores acompanharam muito bem. Agora eles estão voltando para um presídio Federal”, criticou Beltrame.
Prisões sem troca de tiros
O serviço de Inteligência da Polícia Militar estava atuando na região do Chapadão e da Pedreira desde sábado, quando o traficante Playboy foi morto. De acordo com o tenente-coronel Carlos Eduardo Sarmento, comandante do Bope, os agentes já tinham a informação que os líderes da quadrilha utilizavam uma casa dentro de um condomínio na Pavuna, perto ao Morro do Chapadão, para dormir.
“Cercamos o imóvel e não encontramos maiores resistências. Chegamos numa ação cirúrgica e houve uma rápido negociação”, afirmou o oficial, destacando que toda a operação ocorreu sem nenhuma troca de tiros.
Quadrilha era rival da de Playboy
Fu era considerado a principal liderança de uma das maiores facções criminosas que atua no Rio de Janeiro e dominava o tráfico no conjunto de favelas do Lins, no Subúrbio. Ele pertencia a uma facção criminosa rival à do traficante Celso Pinheiro Pimenta, o Playboy, morto no sábado (8) durante uma operação no conjunto de favelas da Pedreira, no Subúrbio.
Em maio, o Disque Denúncia havia aumentado a recompensa para quem desse informações que levassem à prisão de Fu e de Claudinho. Atualmente, a recompensa era R$ 10 mil por cada um dos criminosos.
Fu é apontado pela polícia como o responsável por confrontos nos morros da Mineira, do Fallet e da Coroa, no Catumbi e em Santa Teresa, no Centro do Rio, em maio deste ano. Estava foragido desde agosto de 2013, quando recebeu o benefício da progressão de pena para o regime semiaberto.
Claudinho, que é primo de Fu, é acusado de tráfico e homicídio. Ele também fugiu do presídio de Porto Velho, em Rondônia, em agosto de 2013 ao receber o mesmo benefício de progressão de regime.
Por volta das 9h desta terça, a Polícia Militar continuava a operação no Conjunto de Favelas do Chapadão, onde já tinham sido apreendidos fuzis, pistola e farta munição.