Em uma sociedade capitalista, o dinheiro é essencial para mantermos um padrão de vida saudável, mas em algumas circunstâncias o descontrole financeiro pode afetar a forma como lidamos com ele, por exemplo, nos fatores emocionais. A pressão da mídia pelo corpo perfeito, pela casa dos sonhos ou pelo carro do ano, leva as pessoas a buscarem o alívio no consumo. Este desequilíbrio nas contas causa sérios transtornos para a saúde e o convívio da família.
“Vivemos na sociedade do espetáculo, onde somos o que parecemos ser e não o que somos, isto pode levar as pessoas a gastos impulsivos visando compor uma imagem de sucesso”, esclarece a Dra. Marisa Elias, psicóloga e professora da Faculdade Pitágoras Uberlândia.
A perda do poder aquisitivo acarreta diversas consequências na personalidade do indivíduo, desde o afastamento social até a solidão, a ansiedade e a depressão. Em alguns casos, as pessoas que se responsabilizam pelos problemas financeiros, transformam-se em agressivas e projetam no outro a causa de suas dificuldades.
Crises de ansiedade como a síndrome do pânico, a negação dos problemas e o aumento das compulsões, são alguns dos distúrbios mais frequentes. “Na sociedade do consumo, os jovens são afetados diretamente e são alvo, inclusive, por ser um mercado vulnerável. Eles buscam se diferenciar dos adultos e conseguir a aceitação social. Desta forma, estar incluído no mundo implica em adquirir determinados objetos e marcas dependendo da classe e do grupo a que pertençam”, ressalta a especialista.
Depressão e ajuda profissional
Segundo a psicóloga, a depressão tem sido diagnosticada de forma perigosa na atualidade. Esta doença deve ser avaliada por um profissional especializado e seu tratamento também deve ser em conjunto. “Não há medicamento que cure esta patologia. É preciso entender que todos nós temos períodos de tristeza e eles são importantes para darmos significado aos momentos de alegria”.
Em muitos casos, os problemas financeiros levam ao consumo excessivo de álcool e outros tipos de drogas. “O uso de qualquer substância psicoativa se relaciona às tentativas de relaxamento, de negação, de fuga da realidade e no combater à ansiedade. É um problema conduzindo a outro”, diz a Dra. Marisa Elias, enfatizando que nestas situações, o indivíduo precisa de ajuda profissional psicológica e, às vezes, medicamentos para conseguir controlar as compulsões.