Manga, goiaba, melão, coco, maracujá, melancia, banana. A produção de frutas dos perímetros irrigados geridos pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) no Submédio São Francisco será o destaque do estande da Companhia durante os seis dias da 24ª Feira Nacional da Agricultura Irrigada (Fenagri), que começa na próxima terça (14) e este ano estará, pela primeira vez, de braço dado com a 7ª Exposição de Caprinos e Ovinos do Vale do São Francisco (Expovale) – uma das mais importantes desse segmento na Bahia.
“A Fenagri é uma grande oportunidade que temos de mostrar para o Brasil e para o Nordeste que a agricultura irrigada é uma das formas mais inteligentes e eficazes que temos para superar as dificuldades do semiárido – mesmo nos períodos de maior estiagem, como esse que estamos atravessando. Temos todos os ingredientes necessários: água, solos férteis, sol e tecnologia de ponta. Só precisamos usar esses recursos com parcimônia”, disse o presidente da Codevasf, Elmo Vaz, que participará da abertura do evento na terça.
A Fenagri/Expovale 2013 vai até 19 de maio no campus da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) em Juazeiro (BA). A proposta é fortalecer as cadeias produtivas da agricultura irrigada e caprinovinocultura, integrando o pequeno ao grande produtor, por meio da realização de negócios, da transferência de tecnologias e da divulgação das potencialidades do agronegócio e da agricultura familiar do Vale do São Francisco.
Para o secretário executivo da Área de Gestão de Empreendimentos de Irrigação da Codevasf, Frederico Calazans Machado, a união dos eventos vai levantar uma discussão interessante que é a pecuária junto com a agricultura irrigada, sobretudo por conta dos efeitos da seca no semiárido. “É uma alternativa muito interessante. A Fenagri tem uma grande potencialidade com esse novo viés da agricultura irrigada para atendimento não só em perímetros de irrigação e na produção de frutas, mas também na produção animal”, observou.
O estande da Codevasf – empresa pública vinculada ao Ministério da integração Nacional (MI) – terá 100 metros quadrados onde serão expostas frutas produzidas nos perímetros da região. Os dados consolidados demonstram que esses perímetros (Curaçá, Mandacaru, Maniçoba, Salitre e Tourão) tiveram um desempenho de produção 25% maior em 2012 em relação a 2011: 1,5 milhão de toneladas, alcançando R$ 313,8 mil em valor bruto de produção (VBP).
Emanoel Lima, superintendente regional da Codevasf em Juazeiro, afirmou que a empresa tem participação efetiva nesse evento, cuja importância é dar visibilidade aos produtos da região, “divulgar a nossa região para o mundo”.
Ele lembra que hoje, os perímetros irrigados da Companhia exportam sua produção, especialmente de frutas, para Japão, Europa e Estados Unidos. “Também é uma grande oportunidade para que os produtores possam conhecer novas tecnologias e gerar novos produtos”, completou.
O coordenador geral do evento, Voldi Silva Alves, ressalta a importância da Codevasf como parceira nos dois eventos. “A Codevasf na sua ação social é integradora tanto do ponto de vista da socialização da água quanto no fomento das atividades nas áreas de sequeiro. Ela exerce um papel importantíssimo dentro da organização da Fenagri/Expovale de maneira geral. Eu diria que sem esse apoio da empresa, ou seria inviável ou seria muito mais difícil para nós realizarmos esse evento”, acrescentou.
Produção nos Perímetros Irrigados
Os perímetros irrigados que estão inseridos na área de atuação da 6ª Superintendência Regional da Codevasf em Juazeiro (BA) – Curaçá, Mandacaru, Maniçoba, Salitre e Tourão – alcançaram, juntos, R$ 313,8 milhões em valor bruto de produção (VPB) em 2012. Eles também produziram cerca de R$ 1,5 milhão de toneladas, no ano passado, cerca de 15% a mais em relação a 2011.
O perímetro de Curaçá tem uma área irrigável de 4.350 ha. Há predominância da fruticultura, com o cultivo da manga, em destaque, seguido da produção de uva e coco. Em 2012, o valor bruto de produção foi R$ 112,6 milhões.
Já Mandacaru tem uma área irrigável de 420 ha. A cultura de maior expressividade encontrada no perímetro irrigado Mandacaru é a manga. Entre as culturas temporárias destacam-se cebola, melão e feijão. Em 2012, o valor bruto de produção foi R$ 9,6 milhões.
Maniçoba tem uma área irrigável de 4.293 ha. Nesse perímetro, predomina-se a exploração de manga, seguida pelos cultivos de cana-de-açúcar e coco. Em 2012, o valor bruto de produção foi R$ 88,5 milhões.
A área irrigável do perímetro irrigado Salitre Etapa I é de 5.099 ha. Há predominância das culturas temporárias, com os cultivos de melão e cebola em destaque e entre as culturas permanentes destaca-se a banana. Em 2012, o valor bruto de produção foi R$ 26,2 milhões.
Tourão tem uma área irrigável de 14.062 ha. No perímetro há predominância da exploração da cana-de-açúcar e menor produção de culturas permanentes. Em 2012, o valor bruto de produção foi R$ 76,7 milhões.
No total, a Codevasf é responsável pela gestão de 26 perímetros irrigados na bacia hidrográfica do São Francisco, os quais juntos alcançaram R$ 1,4 bilhão em valor bruto de produção (VBP) em 2012 – 11% a mais do que em 2011. Deste valor, 42% provêm de produção familiar e 58% têm origem empresarial. No âmbito exclusivo da produção familiar, o crescimento foi de 17% em relação a 2011 – de R$ 517 milhões para R$ 605 milhões.
Caprinovinocultura
A atividade da caprinovinocultura, ainda em expansão, na Bahia, ocupa o primeiro lugar em rebanho da região Nordeste, com 3 milhões de cabeças, correspondendo a 13% do PIB do estado. Essa atividade é estratégica para o desenvolvimento social, econômico e tecnológico da Bahia e representa a principal forma de poupança disponível, constituindo-se em um fator de segurança indispensável à sobrevivência da família, tanto pela sua melhor adaptação às condições do meio como pela sua fácil comercialização.
Segundo a Associação dos Criadores de Caprinos e Ovinos do Sertão do São Francisco (ACCOSSF), o rebanho regional conta hoje com uma média de 375 mil caprinos e 187 mil ovinos – um número que está sendo ampliado por meio da utilização do melhoramento genético, como forma de ampliar os plantéis.
A técnica tem permitido aos criadores melhorar a qualidade e a quantidade do rebanho, reduzindo os custos e aumentando a renda com a produção de ruminantes das raças Dorper e Boer. Além disso, está sendo implantado em Juazeiro um laticínio para produção de queijos finos de cabra, o que vai dinamizar a cadeia produtiva regional.
Programação
Mais de 350 empresas nacionais e internacionais participam do evento, que vai colocar frente a frente produtores, empresários, técnicos, pesquisadores, importadores, exportadores, instituições financeiras, de fomento e de pesquisas, transportadores, fabricantes e revendedores de máquinas, equipamentos, embalagens e insumos.
Planejada para ser montada em uma área de aproximadamente 10 mil metros quadrados no campus da Univasf e receber um público estimado em 60 mil pessoas, a feira apresenta uma programação bastante diversificada com algumas atividades desenvolvidas também no campus da Universidade do Estado da Bahia (Uneb).
Serão realizados seminários, rodada de negócios, workshop, minicursos, oficinas, leilão de caprinos e ovinos, palestras e turismo rural. Toda a programação, bem como as inscrições, estão disponíveis no site www.fenagriexpovale2013.com.br ou no facebook.com/fenagriexpovale2013.
A feira é realizada pela prefeitura de Juazeiro, governo da Bahia, Associação Comercial, Industrial e Agrícola (Aciaj), Associação dos Criadores de Caprinos e Ovinos do Sertão do São Francisco (Accossf), Instituto Agrotecnologia e Univasf.
