O projeto que prevê a proibição da venda de animais em pet shops, aprovado por unanimidade na Câmara Municipal de Salvador, e os planos futuros do seu autor, o vereador Marcell Moraes (PV), para a vedação total da comercialização, abrem um perigoso precedente para que, tanto os maus tratos, quanto as negociações, aconteçam “por debaixo do pano”. Para a veterinária Mariana Freitas, 28 anos, a medida é utópica, pois o mais necessário seria intensificar a fiscalização. “Talvez coubesse uma lei para regulamentar a venda, definir o tamanho do espaço das gaiolas”, aponta Mariana. De acordo com Marcell, a repercussão positiva da iniciativa é a prova de que a possibilidade de um comércio clandestino está descartada. Nos canis, onde a venda ainda será permitida, a fiscalização deve ficar por conta de órgãos da prefeitura, a exemplo da Secretaria de Saúde e do Centro de Zoonoses. Questionado pelo Bahia Notícias se tal vigilância não deveria já ser aplicada nos estabelecimentos existentes, o edil relacionou aos maus tratos o exemplo da baixa temperatura ocasionada pelo ar-condicionado. “É preciso coibir também a venda impulsiva, de quem só compra porque vê e achou bonitinho”, ressaltou Moraes, para quem a proibição seria o melhor caminho para incentivar a adoção de animais. “No mundo de Alice seria, mas sempre vão existir pessoas interessadas em animais de raça e se ele não encontrar em pet shop vai ser por debaixo do pano, que é muito mais difícil de fiscalizar”, questiona a veterinária.
por Natália Falcón,(BN)