O Projeto ‘Cordelando no São Francisco’ completou 4 anos de atividades no município de Lagoa Grande, interior de Pernambuco, ontem (17). Valorizando o trabalho desenvolvido, o Diário da Região entrevistou Clênio Sandes, responsável pelo projeto no município.
O Alagoano Clênio Sandes é locutor, poeta, empresário, contador de casos. Atualmente desenvolve trabalhos ligados a área cultural na cidade de Santa Maria da Boa Vista. “Desde criança eu sempre fui ligado a cultura popular. O dia de sábado era o dia eu a criança acordava mais tarde e eu acordava mais cedo para ver as barracas nas feiras, as rapaduras os animais que seriam vendidos. Para mim a feira era um, Shop Center. Aquilo me chamava atenção pela diversidade cultural: tinham os cordelistas vendendo seus cordéis. Os poetas faziam cordéis sobre a morte de Lampião, sobre a morte de Getulio Vargas, a hidroelétrica de Paulo Afonso”, explicou Sandes.
Apaixonado pelo estado que lhe acolheu, o poeta se diz pernambucano com orgulho, mas que sente tristeza ao perceber como os pernambucanos desconhecem a sua própria cultura. “Com o tempo vim morar em Pernambuco e aqui e o lugar me atraiu muito. É uma pena o pernambucano desconhecer o maracatu e outras manifestações. As pessoas diziam que era macumba quando eu colocava o som no meu carro”, alegou.
Clênio é responsável pelo ‘Cordelando no São Francisco’ que é uma iniciativa de valorização da cultura Pernambucana. De acordo com Sandes, o trabalho proporciona a estudantes da rede publica de ensino da região do Sertão do São Francisco, contato o a literatura popular nordestina através da apresentação de recitais com cordelistas da região bem como a impressão de folhetos de cordéis de poetas da região, distribuídos ao público.
“É bom as pessoas conhecerem suas origens, como o Maracatu, o Frevo e outras manifestações. Esse programa está fazendo quatro anos e as pessoas de todas as idades assimilam e passam a participar. Afinal, um povo sem cultura é um povo sem alma”, finalizou.
Por: Gabriela Canário
Com informações de Lu Muniz