O projeto ‘Lagos do São Francisco’, uma cooperação entre a Embrapa Semiárido (Petrolina-PE) e Chesf, com o apoio do BNDES, tem levado um conjunto de inovações tecnológicas a pequenos agricultores do Semiárido, com foco na produção de frutas. Por meio de capacitações e treinamentos, a iniciativa vem fornecendo orientações e insumos para a instalação de áreas demonstrativas, os chamados Campos de Aprendizagem Tecnológica (CATs).
Um desses CATs é o de limão Tahiti, implantado em dezembro de 2019 nos municípios de Poço Redondo (SE) e Delmiro Gouveia (AL). Para a cultura, foram utilizados o sistema de irrigação por gotejamento, escolhido em função da eficiência de aplicação de água e da viabilidade para adoção da fertirrigação.
Para ajudar os agricultores a otimizar a produção, o projeto organizou também diversas capacitações, levando informações sobre o manejo de água, podas de formação e tratos fitossanitários para controle de pragas e doenças.
O produtor Miguel Paulo Feitosa Junior, do Perímetro Irrigado Jacaré-Curituba, em Poço Redondo, foi um dos beneficiários da iniciativa. Com as orientações repassadas ele vem manejando um hectare de limão Tahiti, e está satisfeito com os resultados alcançados.
Águas do São Francisco
Segundo o coordenador do Projeto e pesquisador da Embrapa Semiárido, Rebert Coelho, a instalação dos CATs trouxe um grande diferencial, ajudando a realizar a transferência de tecnologia e a consolidar a adoção pelos produtores.
O gestor relata ainda que um fator importante para o sucesso dos Campos de Aprendizagem foi a chegada do Canal do Sertão, obra pública que utiliza a água do Rio São Francisco como vetor de desenvolvimento agrícola regional.
‘No momento em que muitos produtores iniciam o cultivo de espécies utilizando as águas do Canal do Sertão, consideramos relevante realizar as orientações, principalmente na modernização dos aspectos técnicos para a produção de fruteiras, com o uso de variedades/híbridos adaptados, espaçamentos e sistemas de irrigação. Com isso, esperamos melhorar as produções e qualidade dos frutos, com redução de custos e maior retorno financeiro aos produtores de manga, banana, coco, citros e goiaba’, comenta Rebert.
Atualmente o projeto desenvolve atividades nos municípios de Pariconha, Olho D’Água do Casado, Delmiro Gouveia e Piranhas, em Alagoas; Paulo Afonso, Rodelas e Glória, na Bahia; Petrolândia e Jatobá, em Pernambuco; e Canindé do São Francisco, Poço Redondo e Nossa Senhora da Glória, em Sergipe. As ações vão se estender até abril de 2022, quando se encerra o projeto.
Rede de apoio
A iniciativa tem como parceiros a Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), prefeituras municipais, Instituto de Inovação para o Desenvolvimento Rural Sustentável de Alagoas (Emater-AL), Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura (BA), da Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (SE), CODEVASF, Cooperativas, Associações e Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Agricultores Familiares.
Ascom Embrapa