As investigações sobre a quadrilha do bicheiro Carlinhos Cachoeira revelam que a organização criminosa envolvia também um Policial Federal. Segundo a PF, ele agia como um espião da quadrilha.
O funcionário apontado na investigação era um contato estratégico para a quadrilha do bicheiro Carlinhos Cachoeira dentro da Polícia Federal, em Brasília.
Segundo o inquérito da operação Monte Carlo, o auxiliar administrativo e chefe da divisão de serviços gerais, Anderson Aguiar Drumond, recebia informações antecipadas sobre datas e locais de operações policiais. O setor dele é responsável pelo fornecimento de viaturas e caminhões. Anderson, segundo a PF, repassava informações privilegiadas a um integrante da quadrilha, Idalberto Matias de Araújo, o Dadá.
A polícia diz que Anderson vazou informações de pelo menos três operações para combate do jogo ilegal entre dezembro de 2010 e março de 2011.
Em um diálogo de dezembro de 2010, Dadá conta para Lenine, apontado como braço direito de cachoeira, as informações vazadas por Anderson.
Em fevereiro de 2011, Carlinhos Cachoeira autoriza Lenine a fazer o pagamento do informante. Na contabilidade do grupo, aparece o nome Ander com o valor de R$ 3 mil quatro dias depois da conversa.
De acordo com as investigações, Anderson recebia uma espécie de mesada do grupo do bicheiro. Além de aturar como informante, Anderson também providenciava a liberação de passaportes para pessoas indicadas pela quadrilha.
A assessoria da Polícia Federal informou que o funcionário foi afastado no dia em que a operação Monte Carlo foi deflagrada. Ele também foi preso, mas já está em liberdade. Anderson Aguiar Drumond responde a investigação interna que pode terminar em demissão. E na área criminal, ele pode responder por violação de sigilo e formação de quadrilha.