Por Mário Pires (*)
“E Deus criou o homem à sua imagem, semelhança… e lhes deu a dádiva do livre-arbítrio”, Gênesis 1:26. Calma! Não sou Teólogo. Essa é só uma breve avaliação sobre as suas, nossas, escolhas.
De acordo com o dicionário, a palavra livre-arbítrio, significa: substantivo masculino, decisão dependente apenas da vontade; alvedrio; vontade própria e independente; domínio ou poder absoluto. Porém, tal significado nem sempre tem influencia em nossas vidas. Algumas pessoas vivem sem o domínio sobre suas próprias decisões, permitindo que outrem determine seus passos. Mas afinal: quem faz suas escolhas?
O tempo, a idade e, às vezes, a maturidade não são garantias de que seremos independentes, donos dos nossos narizes. Em algumas ocasiões, verdadeiros cordões umbilicais não são cortados, ou até mesmo, passamos a viver sob as escolhas de outros, tipo: namorados/as, esposos/as, parentes e até mesmos amigos, quando esse último tem influência sobre a amizade. E aí, novamente pergunto: Quem faz suas escolhas?
Ainda segundo a Bíblia, uma das escrituras mais sagradas no mundo, que representa a Palavra de Deus, no “juízo final” – para quem acredita, “cada um responderá por seus atos”. Então por que, em alguns casos, pessoas vivem na “dependência” de ordens ou obrigações alheias?
Chegamos a este mundo por intermédio de nossos pais, os quais buscam nos conduzir à sermos pessoas de bem, para que, adequadamente, na nossa maioridade, possamos ter a capacidade de administrar meus atos. E por que isso muitas vezes não acontece?
Augusto Cury – médico, psiquiatra, psicoterapeuta e um dos escritores mais conhecidos no Brasil, quiçá do mundo – já que suas obras estão publicadas em mais de 60 países, “o destino não é frequentemente inevitável, mas uma questão de escolha. Quem faz escolha, escreve sua própria história, constrói seus próprios caminhos”. Mais uma vez pergunto: quem está fazendo a sua história? Quem está fazendo suas escolhas? Quem está escrevendo seus próprios caminhos?
Vivemos um mundo que nos impõe escolhas a todo instante. Passamos um dia inteiro com a obrigação de tomar tantas decisões, seja ela cotidiana, emocional, e/ou racional. Até ler esta crônica, você escolheu. Talvez o tema tenha lhe chamado à atenção, e a partir fizeste a escolha de ler. Pode ser que você não esteja gostando, mas, ainda assim, você escolheu.
Entretanto, escolher ler um texto é uma ação simples. Claro! Mas, e as principais decisões da sua vida? Quem tem as “rédeas” deste “livre-arbítrio”? Quem escreve a sua história? Quem toma a decisão de seus atos e atitudes?
No âmbito racional, a maioria de nós, escolhemos seguir determinadas “regras” impostas pela sociedade. Mas há quem não queira seguir, a exemplo dos hippies que cultuam a “Paz e o Amor”, respeitando as questões ambientais, a natureza, a prática de nudismo e a emancipação sexual, fazendo assim, também, as suas escolhas.
Emocionalmente, para Erich Fromm, filósofo e sociólogo alemão, “Somos uma sociedade de pessoas com notória infelicidade: solidão, ansiedade, depressão, dependência, etc”. Então, você se sente livre para fazer suas as escolhas e diminuir essa tal a infelicidade diagnosticada por Fromm? Qual o caminho que você está seguindo? Você controla seu destino, ou controlam por você?
Para o publicitário Artur Bender, pós-graduado em Literatura Brasileira, com 20 anos de experiência, “quase tudo pode ser planejado (escolhido, digo eu). As duas únicas exceções são a morte e o amor”. Ou seja, todo o restante, você pode escolher.
Não quero fazer apologia à loucura. Não! Não vá sair pelado/a na rua gritando “eu sou livre e faço minhas escolhas!”. Calma! Isso é atentado ao pudor. Lembre-se, vivemos em sociedade. Nem diga depois que ler este texto “eu escolho ser rico”. Tenha bom senso. Isso não vai acontecer da noite para o dia. Mas se você escolher buscar esta riqueza, quem disse que não podes conseguir? Tente! Escolha o que acredita ser o melhor para você. Se der errado, você tentou. Se der certo, foram méritos da sua tentativa. A vida é assim. Erros e acertos. Basta escolher!
Muitas das vezes temos o medo e a dificuldade de enfrentar o passado e encorajar o futuro. O medo também é saudável. Só não podemos deixá-lo nos dominar. “Façamos do medo uma escada e do sonho uma ponte”, diz Fernando Sabino. E fazendo minha, as palavras do meu xará, Quintana: “Não faças da tua vida um rascunho. Poderás não ter tempo de passá-la a limpo”. Pense nisso!
Faça suas escolhas! Bom dia e boa reflexão!
(*) Gestor de Marketing, cronista, poeta e compositor.