Uns falaram ou escreveram até demais, outros ficaram indiferentes aos atos da Igreja. A imprensa dedicou horas, dias e semanas. Dentro desse panorama, falaram verdades, mentiras, suposições, inventivas. Criou-se, desmentiu-se, afirmou-se, concordou-se, discordou-se. Muita coisa aconteceu, em pouco, acertaram.
De tudo que ouvi e li, gostei de uma carta de um jovem de 23 anos quando em desabafo, disse: … “Em algum ponto ao longo da estrada deixei para lá toda a minha crença e a minha fé na Igreja, mas a Igreja não depende de mim para seguir, nem de ninguém (nem do papa)”. … “Por isso hoje quando acordei com a notícia, eu, junto a milhões de seres humanos, nos perguntamos “por que”? Por que renunciou senhor Ratzinger? Sentiu medo? Sentiu a idade? Perdeu a fé? A ganhou? E hoje, creio que encontrei a resposta: O senhor Ratzinger renunciou a toda a sua vida. Renunciou a uma vida normal. Renunciou ter uma esposa. Renunciou ter filhos. Renunciou ganhar um salário. Renunciou a mediocridade. Renunciou desfrutar de seus pais. Renunciou sua vaidade. … Renunciou a defender-se contra os que o atacaram. Sim, isso me deixa claro que o Papa foi, em toda sua vida, muito apegado à renúncia. E hoje, voltou a demonstrar. Um Papa que renuncia a seu pontificado quando sabe que a Igreja não está em suas mãos, mas nas mãos de alguém maior, parece ser um Papa sábio. Nada é maior que a Igreja. Nem o Papa, nem seus sacerdotes, nem os laicos, nem os casos de pedofilia, nem os casos de misericórdia. Nada é maior que ela”.
“Ser Papa nesse tempo do mundo, é um ato de heroísmo. Recordo sem dúvida as histórias do primeiro Papa. Um tal… de Pedro”.
Disse ainda: “Vivo em um mundo onde é engraçado zombar do Papa, mas é um pecado mortal (um crime) zombar de um homossexual”.
“Vivo num mundo onde a hipocrisia alimenta as almas de todos nós”.
Caro jovem, parabéns, pela sua coragem de posicionar-se frente a tantos incrédulos, tantos irracionais, tantos jornalistas que se acham superiores a tudo e a todos (inclusive ao Papa, desmentindo a sua fala e sua escrita). Mas, lembre-se: Bento XVI, como Francisco, são homens de EUCARISTIA – FÉ – ESPERANÇA E PAZ.
NA EUCARISTIA: “No Calvário, Cristo sofreu, mas não permaneceu. Na Eucaristia, Cristo não sofreu, mas, em contrapartida, ficou”;
NA FÉ: “A fé não se identifica com a evidência. Caminha em outra direção. A evidência consiste na adesão a uma coisa. A fé consiste na adesão a uma pessoa: Cristo”.
NA ESPERANÇA: “Tudo indica que Cristo quis ser mais objeto de Esperança que de qualquer outra coisa. Por isso afirmou: Eu sou o Caminho”;
NA PAZ: “Procuramos a paz na casa grande e, às vezes, ela se encontra na casa pequena”.
Que seja proveitosa e bendita a renúncia de Bento XVI.
Que seja proveitosa e bendita a eleição de Francisco.
Viva a Igreja, santa e pecadora, porque constituída por homens e mulheres.