A presidente Dilma Rousseff disse nesta sexta-feira (4), em entrevista coletiva, em Cannes, na França, que a reunião de cúpula do G20 (grupo que reúne os países ricos e os principais emergentes) teve um sucesso relativo ao mostrar a força do grupo em políticas anticrise e dar meios para que os países da zona do euro enfrentem a crise.
– Foi uma reunião que teve o mérito de colocar na ordem do dia, mais uma vez, a força do G20 no que se refere ao apoio, ao auxílio e à sustentação de políticas anticrise imediatas, de políticas que se dispõem a dar sustentação ao conjunto do sistema. É um sucesso relativo na medida em que os países da zona do euro deram um passo à frente na forma de enfrentar a crise.
Dilma afirmou ainda que o governo brasileiro não vai contribuir para o Fundo Europeu de Estabilização, criado para ajudar os países em crise, mas dará sua contribuição ao FMI (Fundo Monetário Internacional). O assunto foi discutido pelos líderes do G20.
Em entrevista coletiva, a presidenta Dilma descartou o repasse de recursos do governo brasileiro para o fundo europeu, mas declarou que a ampliação dos recursos do FMI pode garantir a “proteção do sistema”.
– Não tenho intenção de fazer contribuição direta para o fundo europeu. Nem eles têm. Eu faço [contribuição] para o FMI. Dinheiro brasileiro de reserva não pode ser usado de qualquer jeito, mas por meio de aplicação garantida. A posição do Brasil foi clara.
Dilma reiterou que a governança do FMI deve ser revista para refletir a atual correlação de forças do cenário internacional, posição defendida também por outros países emergentes, como a China.
Segundo ela, a crise financeira, que atinge com maior gravidade os países da zona do euro, pode afetar também as nações emergentes na medida em que impacta o comércio. Os emergentes que não dispõem de reservas internacionais, como o Brasil, também sofrem com a fuga de capitais provocada pela crise.
– A crise afeta os emergentes de várias maneiras, por isso a gente considera a ampliação do Fundo Monetário importante para reduzir o risco sistêmico.