O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), negou nesta terça-feira irregularidades em suas doações na última disputa eleitoral. A Polícia Federal (PF) apontou, em um dos inquéritos que investigam Maia, a doação de verbas para a campanha do deputado feitas por empresas a mando da Odebrecht. Na prática, batizada de “caixa três” pelos investigadores, a Odebrecht utiliza companhias menores para transferir recursos aos políticos.
Tida como a principal parceira do grupo no esquema, a Cervejaria Petrópolis – responsável pela fabricação da Itaipava – aparece como doadora de R$ 200 mil para a campanha eleitoral de Maia, em 2014. As informações foram publicadas pelo jornal “Folha de S.Paulo” nesta terça-feira.
Em nota, Maia ressalta que “todas as doações recebidas em suas campanhas respeitaram a legislação vigente, estão registradas junto à Justiça eleitoral e que prestará todos os esclarecimentos, caso venha a ser indagado pela Polícia Federal”. O presidente da Câmara diz ainda que “a própria reportagem não identifica qualquer ilícito cometido pelo deputado, apenas faz ilações referentes a um suposto esquema de financiamento irregular”.
Ainda de acordo com a matéria, a Polícia Federal encontrou doações de R$ 6,1 milhões, também em 2014, da Cervejaria Petrópolis ao diretório nacional do DEM. Em 2010, a PF identificou repasses de R$ 398 mil do diretório estadual do DEM no Rio de Janeiro. Parte desse montante foi transferida para a conta do parlamentar. No relatório, os policiais responsáveis pela investigação relataram que é “certo de que existe a possibilidade de (os valores repassados a Maia) terem sido originados das referidas empresas parceiras da Odebrecht”.
No texto divulgado pela assessoria de imprensa da Presidência da Câmara, Maia “reitera que confia na Justiça e está à disposição das autoridades, pois tem interesse que tudo seja esclarecido com a maior brevidade possível”.






