O presidente do Irã, Hassan Rohani, declarou nesta quarta-feira que as novas sanções dos Estados Unidos contra Teerã são “incompatíveis com a lógica e o espírito” do acordo nuclear, assinado com seis grandes potências em julho de 2015.
Em uma reunião do governo, Rohani criticou que, por um lado, Washington certifique que o Irã cumpre seus compromissos com o pacto nuclear e, por outro, imponha sanções “com diferentes escusas”.
O governo americano anunciou ontem sanções contra 18 indivíduos e entidades iranianas vinculados com o programa de mísseis balísticos de Teerã. Os sancionados tiveram seus ativos congelados e estão proibidos de fazer transações com americanos.
A esse respeito, o presidente iraniano apontou que seu país “dará uma resposta adequada”, em alusão ao anúncio do Ministério de Exteriores de aplicar medidas recíprocas contra indivíduos e entidades americanos que “tenham atuado contra o povo iraniano e outros povos muçulmanos da região”.
“Hoje uma das conspirações dos EUA é tentar de algum modo que o Irã abandone os seus compromissos. Jamais terão sucesso”, disse o governante, que garantiu que a República Islâmica “sempre cumpriu e cumprirá com os seus compromissos”.
Rohani agradeceu que os outros sócios do 5+1 (integrado por EUA, Rússia, China, França, o Reino Unido e a Alemanha) tenham defendido o pacto, que representou a suspensão das sanções internacionais contra o Irã em troca da imposição de limites ao programa nuclear iraniano.
Em sua opinião, Washington está preocupado com as boas relações do Irã com a Europa e a Ásia, das quais os americanos “não tiram nenhum benefício”.
O presidente iraniano também denunciou que os EUA violam os seus próprios compromissos, citando o acordo do clima de Paris, e que a sua presença no Oriente Médio gera conflitos e não ajuda na luta contra o terrorismo.
Washington impôs nos últimos meses, desde a chegada de Donald Trump à presidência, vários rodízios de sanções contra entidades e indivíduos iranianos relacionados com o programa de mísseis balísticos deste país.
Fonte: EFE