A Justiça da Rússia informou nesta quarta-feira (23) que retirou as acusações de pirataria contra o grupo de 30 pessoas, 28 integrantes da organização ambiental Greenpeace e dois jornalistas, que estão presos desde 18 de setembro após protesto realizado em uma plataforma de petróleo no Mar do Norte, no Ártico.
De acordo com a agência de notícias estatal Itar-Tass, os detidos, entre eles a brasileira Ana Paula Maciel, passarão a responder agora por ‘hooliganismo’, que caracteriza comportamento violento, uma punição considerada mais branda.
As informações foram divulgadas pelo porta-voz do Comitê de Investigação russo, Vladimir Markin.
O grupo ficou detido no navio Arctic Sunrise, sendo posteriormente conduzido a um tribunal de Murmansk. Eles foram acusados formalmente pela Justiça russa por pirataria e, se fossem condenados, poderiam cumprir penas de até 15 anos de prisão.
Os ativistas procedem de 19 países: Brasil, Rússia, EUA, Argentina, Reino Unido, Canadá, Itália, Ucrânia, Nova Zelândia, Holanda, Dinamarca, Austrália, República Tcheca, Polônia, Turquia, Dinamarca, Finlândia, Suécia e França.
Boicote à audiência internacional
Ainda nesta quarta, o ministério das Relações Exteriores da Rússia divulgou que vai boicotar a audiência do Tribunal Internacional do Direito do Mar sobre a apreensão do barco do Greenpeace e a detenção dos tripulantes.
“A parte russa informou a Holanda e ao Tribunal Internacional do Direito do Mar que não vai participar no processo”, informou a agência Ria-Novosti. O governo também criticou o procedimento de arbitragem iniciado pela Holanda, segundo o qual os dois países devem nomear “árbitros” que ficariam responsáveis por encontrar uma solução para o caso.