Sal com menos iodo deve ser produzido no Brasil em até 90 dias
O sal com menos iodo deve começar a ser produzido no Brasil em até 90 dias. A determinação foi publicada nesta quinta-feira (25) no Diário Oficial da União. A redução de iodo no sal havia sido aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no último dia 16. O valor deve ficar entre 15 e 45 miligramas (mg) por quilo do produto.
Até agora, cada quilo de sal poderia conter de 20 mg a 60 mg de iodo. A medida visa adequar à recomendação da Organização Mundial da Saúde. A OMS orienta que países com média de consumo de sal em torno de 10 gramas por dia utilizem uma faixa de iodação de 20 a 40 partes por milhão (ppm).
O iodo é acrescentado ao sal para evitar doenças, como o bócio, um aumento no volume da tireoide, uma glândula localizada no pescoço que dita o ritmo em que o corpo trabalha. O excesso de iodo, de acordo com a OMS, pode levar ao surgimento de hipertireoidismo em idosos e à síndrome de Hashimoto, doença autoimune que atinge mais as mulheres, na qual o próprio organismo produz anticorpos contra a tireoide.
Segundo especialista ouvido pelo Jornal Nacional no último dia 17, o Brasil deveria focar na redução do consumo de sal, e não na redução da iodação do sal. (Veja reportagem no vídeo) “Doenças muito graves cardiovasculares estão associadas à ingestão excessiva de sal”, afirma Carmen Pazos de Moura, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia.
Sanduíche com salsicha ou mortadela e comida pronta congelada são opções práticas para refeições rápidas. Mas a quantidade de sal nesses alimentos é preocupante. Por exemplo, um prato com um macarrão instantâneo com o tempero pronto e duas colheres de queijo ralados possui 5 g de sal. Cardiologistas dizem que esse deveria ser o limite diário para o consumo do sal.
Segundo o Ministério da Saúde, o brasileiro consome em média 12 gramas de sal por dia — uma das maiores taxas do mundo. A Anvisa informou na época que fez um acordo com a indústria para a redução de sal nos alimentos até 2020.