Suspeito de ser um dos principais articuladores dos atentados de Paris, Salah Abdeslam minimizou sua participação a organização dos ataques que deixaram 130 mortos em Paris, em novembro de 2015, segundo a rede francesa BFMTV.
“Eu sabia de tudo via meu irmão Ibrahim. Foi ele que me disse que [Abdelhamid] Abaaoud era o responsável. Eu o vi em Charleroi na noite do 11 e 12 de novembro. Foi a única vez que eu o vi na minha vida”, afirmou Abdeslam aos policiais federais belgas no sábado (19) de março. Abaaoud foi morto em uma ação em Saint-Denis, uma cidade ao norte de Paris.
A polícia, no entanto, não tem dúvidas de que a ação foi coordenada pelos dois jihadistas. Abdeslam teve um papel central nos comandos e na preparação logística dos atentados.
Ainda de acordo com a BFMTV, os policiais observaram várias distorções dos fatos no depoimento de Abdeslam. A imprensa já tinha divulgado que ele tinha a intenção de se explodir com outros kamikazes no Stade de France, mas que ele não conhecia os outros dois jihadistas.
“Eu tinha que entrar como um cliente no Stade de France, mas eu não tinha o bilhete. Eu renunciei [ao plano] ao estacionar o carro [um Renault Clio]. Eu deixei três passageiros e depois eu parti. Dirigi sem rumo”, declarou. Depois disso, ele afirmou ter ligado para apenas uma pessoa. No entanto, a polícia sabe que ele entrou em contato com vários colegas, entre eles, dois que o encontraram no sul da França para seguir até a Bélgica.
Depois disso, ela passou por vários esconderijos, entre os últimos, foi a casa de Mohamed Belkaid, morto em 15 de março, em Schaerbeek.
Najim Laachraoui
Abdeslam também disse não reconhecer Najim Laachraoui, que apareceria de jaqueta clara nas imagens captadas por câmeras de segurança do aeroporto de Zaventem antes das explosões. No entanto, a polícia já descobriu que em setembro de 2015, Abdeslam foi buscar Laachraoui na Hungria para deixa-lo na Bélgica. O material genético de Laachraoui foi encontrado nos explosivos utilizados no Stade de France e no Bataclan.
Na quinta-feira (24), o advogado de Abdeslam, Sven Mary, afirmou que o seu cliente quer ser extraditado “o mais rápido possível” para a França, de acordo com a CNN e com o jornal francês Le Monde. Abdeslam não sabia dos atentados de Bruxelas, que deixou ao menos 31 mortos e 270 feridos na terça-feira (22).
Do G1