Uilson Viana
Com a promessa da Secretaria da Copa (Secopa) de instalar telões durante os jogos do Brasil, o Pelourinho recebeu ontem torcedores oriundos de várias partes da cidade, principalmente da Cidade Baixa, na expectativa de assistir o jogo Brasil X México. Porém os telões ainda estavam sendo montados. Como alternativa a torcida lotou os bares no Terreiro de Jesus e do Largo do Pelourinho.
Segundo Márcio Lima, coordenador de marketing da Secretaria Estadual para Assuntos da Copa (Secopa), a programação de instalação dos telões foi diferenciada. Ontem só estava programada para os bairros de Cajazeiras e Ribeira. No Pelourinho os telões serão montados hoje e permanecerão até o dia 30, no final dos jogos da Copa das Confederações.
No bar Cantina da Lua, localizado no Terreiro de Jesus, uma torcida de aproximadamente 100 pessoas, composta por moradores da Cidade Baixa, turistas e visitantes consegui acompanhar o jogo em uma televisão. Valdir Rosário, que se desloca da Cidade Baixa para assistir os jogos no Pelourinho, conta que prefere ficar ali do que ir para o estádio, pois o gasto é menor e o deslocamento mais fácil. “O transporte acaba atrapalhando chegar ao estádio. Muito carro, muito engarrafamento. A cidade amanha vai parar! Não é porque o Brasil vai jogar, mas é por conta do engarrafamento”, declarou Valdir. Segundo o torcedor, os telões garantem o acesso das pessoas que não vão ao estádio e aos moradores do subúrbio. “A Bahiatursa não vai colocar um telão na Cidade Baixa, onde eu moro. Paguei R$ 15 pra vir pra cá”, concluiu.
“Esta torcida tá parada, vamos acreditar no segundo gol”, é assim que seu Clarindo Silva, proprietário da Cantina da Lua, puxa a torcida durante o jogo entre Brasil e México. A cantina, que funciona há 68 anos, se prepara para os jogos da Copa com torcida organizada e promoções. A divulgação nos meios de comunicação locais e a cobertura dos jogos pelo radio e pela TV direto da Cantina, faz com que a torcida compareça.
Para Clarindo, o telão não lhe atrapalha, pois ele realiza promoções com chopes e caipirinhas dobradas. Na copa de 2010, Clarindo conta que fez um investimento de R$ 30 mil e que o retorno veio com o reconhecimento do cliente que volta sempre ao bar. Hoje existe uma demanda grande, e o torcedor faz reservas de mesas antes dos jogos.
Em meio a torcida, o paulistano David Baracho, coordenador de mareketing, que presta serviços para a Liberty Seguros, uma das patrocinadoras da Copa, o impacto desse mega evento é positivo, mas avalia que o dinheiro foi gasto apenas dentro da arena. Ele não vê mudanças na pavimentação ou no aeroporto. Conhecedor de várias arenas no Brasil, ele diz que alguns investimentos que foram feitos, terão que serem feitos novamente, em se tratando da estrutura dos estádios. Para ele os protestos acontecem por conta da má aplicação dos recursos e que o “passe Livre” é apenas um estopim de tudo isto.–