Discutindo novos conhecimentos nas práticas de consolidação da reforma psiquiátrica no Vale do São Francisco, a equipe da Secretaria Municipal de Saúde de Petrolina (SMS) participou, nos últimos dias 25 e 26, do III Fórum de Mobilização Antimanicomial do Sertão. O evento reuniu gestores e usuários do Sistema Único de Saúde, acadêmicos e a comunidade em torno da discussão sobre as Redes de Atenção em Saúde Mental e o direito ao cuidado das pessoas que sofrem com algum tipo de transtorno psíquico.
O Fórum, promovido pelo Núcleo de Mobilização Antimanicomial do Sertão (NUMAS), aconteceu no Complexo Multieventos da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF/Juazeiro). Na programação, foram incluídas discussões com temas voltados para a inclusão das pessoas que sofrem com algum transtorno, práticas de saúde mental na Atenção Primária, e o atendimento psicossocial infanto-juvenil.
Para a Coordenadora do Centro de Atenção Psicossocial de Petrolina (CAPS II), Cilene Duarte, discutir a qualificação da Rede de Atenção psicossocial do Vale do São Francisco (RAPS) é uma necessidade para a qualificação dos novos gestores. “È importante que todos discutam o cuidado à saúde mental na região do Vale. Com o III Fórum, temos o compromisso de mostrar a percepção da família, dos profissionais de saúde e dos gestores, na atenção as pessoas que sofrem com qualquer transtorno psíquico” enfatizou.
O estudante de Psicologia da UNIVASF, Luís Osete Carvalho, avaliou a importância de reavaliar a prática dos novos tratamentos na construção de um espaço social e familiar para o atendimento dos usuários. “Nas mesas redondas pudemos discutir os novos caminhos que redirecionam o tratamento e acompanhamento dessas pessoas, não tendo mais que aceitar a antiga prática ‘hospitalocêntrica’ e medicamentosa”, concluiu.
A Coordenadora do CAPS AD de Petrolina, Helena Kedma, trouxe uma nova perspectiva para acolher aqueles que chegam aos Centros Atenção Psicossocial da região. “A acolhida e a abordagem dos pacientes deve levar em conta a estrutura familiar e social. Os profissionais de saúde mental na região precisam buscar essas informações para indicar um programa terapêutico”, enfatizou.