
O secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, assinou, na manhã desta sexta-feira, o processo administrativo sobre a perda de função na Polícia Militar do do major Edson Santos e do tenente Luiz Felipe de Medeiros. O documento será enviado ainda nesta tarde à presidência do Tribunal de Justiça do Rio. Beltrame se manifestou contrário à decisão do Conselho de Justificação da Polícia Militar, que concluiu que o destino dos oficiais só deveria ser decidido depois do término do processo judicial que eles respondem pela morte e sumiço do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza. Agora, a decisão pela demissão ou pela permanência de Santos e Medeiros na PM caberá a desembargadores da Seção Criminal do TJ.
De acordo com a assessoria da corporação, o comandante-geral da corporação, coronel Ibis Silva, também foi contrário à decisão do Conselho de Justificação. O Conselho de Disciplina, que apura a conduta dos outros 23 policiais militares envolvidos no caso, ainda está em andamento. Na última segunda-feira, a juíza Ana Paula Monte Figueiredo, da Auditoria da Justiça Militar, aceitou a denúncia do Ministério Público contra o major, o tenente e os soldados Newland de Oliveira e Silva Júnior e Bruno Medeiros Athanasio. Os quatro são acusados de corrupção ativa de testemunhas na tentativa de atrapalhar as investigações da Divisão de Homicídios sobre o caso da morte e do sumiço de Amarildo. A magistrada decretou ainda a prisão preventiva de Edson, Luiz Felipe e Newland, que já estão presos.
No despacho, Ana Paula explica que os réus “conhecem os endereços residenciais e profissionais das testemunhas e, supostamente, buscaram a todo custo evitar que aquelas falassem o que sabiam sobre o desaparecimento” de Amarildo. Eles teriam determinado que as testemunhas prestassem declarações falsas, chegando, em tese, a deslocar policiais militares lotados na UPP Rocinha para escoltar uma delas em seu trabalho, além de promover sua mudança da favela. A mulher está desaparecida desde agosto.
De acordo com o Ministério Público, os policiais pagaram R$ 850 e R$ 500 para que duas testemunhas acusassem o traficante Thiago da Silva Neris, conhecido como Catatau, pela morte do ajudante de pedreiro. As testemunhas eram subornadas até com fraldas descartáveis — há registro de um SMS enviado para o major Edson fazendo o pedido.
Fonte: Jornal Extra




