Apertado (Cerb), Araci (Dnocs), Beco Bebedouro (Cerb), Luiz Vieira (Dnocs), Tábua II (Dnocs), Vilobaldo Alencar (Cerb) e Zabumbão (Codevasf). Estas sete barragens localizadas no Estado da Bahia exigem mais atenção dos governantes, conforme Relatório de Segurança de Barragens (RSB) divulgado esta semana. O documento oficial da Agência Nacional de Águas (ANA) considerado um dos instrumentos da Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB), estabelecido pela Lei Federal nº 12.334, de 20 de setembro de 2010 lista, em todo o país, 68 barragens indicadas por 18 fiscalizadores com algum comprometimento estrutural importante, com seus empreendedores e custos estimados para recuperação.
Na Bahia, a metodologia de definição das barragens que mais preocupam foi a seleção das barragens com nível de perigo alerta, conforme o Inema/Ba. Segundo o RSB da ANA as preocupações significativas foram essas: Apertado: Preocupa o Inema/Ba por abatimento no talude de montante; Fissuras, rachaduras e cavidades no talude de jusante; crescimento de vegetação na faixa de 10 metros à jusante; canais de aproximação e restituição parcialmente obstruídos pela vegetação; pontos de desgaste no concreto com aparecimento da ferragem na galeria; acúmulo de água na bacia de dissipação; trinca longitudinal no rápido do vertedor e fissuração em trechos da laje sugerindo ocorrência de reação álcali-agregado.
PREOCUPAÇÕES
A barragem de Araci: Preocupa por rachaduras e trincas longitudinais no coroamento, sistema de drenagem das ombreiras e talude de jusante danificado. Beco Bebedouro: Preocupa por muro lateral do vertedor danificado e bacia de dissipação apresentando afundamento da base. Luiz Vieira: Preocupa por vegetação de médio e grande porte, erosão, rachaduras e buracos no talude de jusante, sistema de drenagem longitudinal danificado e presença de formigueiro e cupinzeiro. A instrumentação instalada na barragem está desativada. Tábua II: Preocupa o canal de restituição com erosão regressiva, alcançando a fundação do final do muro de proteção do maciço. Tubulação da estrutura de saída com corrosão e sinais de fadiga/perda de resistência com a tubulação apresentando perda de espessura por corrosão; Registro de 200 mm da estrutura de saída danificado e travado.
A barragem Vilobaldo Alencar: Preocupa por talude de jusante desprotegido, apresentando trechos com desenvolvimento de processos erosivos; infiltração no muro de proteção do vertedouro; canal de aproximação e restituição danificado. Enquanto a Zabumbão: Preocupa por buraco no coroamento; presença de vegetação no canal de restituição; deterioração da superfície do concreto dos muros laterais; sinais de movimentação/desalinhamento do muro lateral direito; buracos, juntas danificadas e carbonatação no concreto da soleira do vertedor; buracos (descalçamento) no rápido; sinais de umedecimento nas ombreiras e região a jusante (presença de vegetação exuberante nessas áreas); área alagada no canal de restituição; deslocamento do rip-rap; falha na proteção vegetal e desenvolvimento de processos erosivos no talude de jusante; fissuras, infiltração e carbonatação nas paredes internas da torre da tomada d’água; galeria apresentando vazamentos e água exalando forte mau cheiro.
BRUMADINHO
O relatório da ANA visa apresentar à sociedade um panorama da evolução da segurança das barragens brasileiras, a partir da implementação da Plano Nacional de Segurança de Barragens (PNSB). E apontar algumas diretrizes para a atuação de fiscalizadores e empreendedores de barragem, além de destacar os principais acontecimentos no ano. No âmbito da PNSB, o RSB é elaborado, anualmente, sob a coordenação da Agência Nacional de Águas (ANA), que se baseia em informações enviadas pelas 32 entidades fiscalizadoras de segurança de barragens.
Posteriormente, a ANA envia o Relatório ao Conselho Nacional de Recursos Hídrico (CNRH), para apreciação. Em seguida, o CNRH envia-o ao Congresso Nacional. As informações constantes desta edição do RSB refletem as condições declaradas pelos empreendedores às suas respectivas entidades fiscalizadoras, para o período compreendido entre 1° de janeiro e 31 de dezembro de 2018. As análises constantes no presente documento buscaram seguir recomendações feitas pelo CNRH quando da apreciação do RSB 2017.
Durante a fase de coleta de dados e elaboração deste RSB 2018, mais especificamente no dia 25 de janeiro de 2019, ocorreu no município de Brumadinho, em Minas Gerais, um acidente de grandes proporções envolvendo uma barragem de contenção de rejeitos de mineração, pertencente à empresa Vale. Foram contabilizadas mais de duas centenas de mortes e dezenas de desaparecidos, além de significantes prejuízos socioeconômicos e ambientais.
Tribuna da Bahia