Jornais divulgam contas de parentes de líderes do país em paraísos fiscais.Sites do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), com sede em Washington, e de jornais internacionais, como o britânico “The Guardian”, o francês “Le Monde”, o espanhol “El Pais” e o de Hong Kong “Ming Pao” tiveram o acesso inacessível nesta quarta-feira (22).
O temporário bloqueio ocorre após os mesmos periódicos divulgarem uma investigação apontando que parentes de vários líderes do alto escalão do governo chinês escondem verdadeiras fortunas em paraísos fiscais.
Entre as contas há a de familiares do presidente da China, Xi Jinping e o ex-primeiro-ministro Wen Jiabao. A investigação jornalística, realizada pelo ICIJ em parceria com jornais estrangeiros e feita de acordo com documentos financeiros obtidos, coloca em xeque a campanha anticorrupção lançada por Pequim.
Segundo o “Guardian”, cálculos estimam que, desde o ano 2000, saíram da China ativos não detectados de US$ 1 a 4 trilhões.
De acordo com o relatório, quase 22 mil clientes originários da China ou de Hong Kong estão envolvidos com companhias “offshore”. Entre as fortunas chinesas envolvidas no escândalo, estão as de milionários do mundo dos negócios, incluindo Yang Huiyan, a mulher mais rica da China, ou Pony Ma e Zhang Zhidong, fundadores da gigante Tencent.
Mas os 2,5 milhões de dados confidenciais recolhidos pelo ICIJ revelam também um verdadeiro “quem é quem” da elite política da segunda economia mundial. A riqueza dos líderes comunistas continua a ser um assunto tabu na China e os principais dirigentes do regime devem, oficialmente, servir ao povo desinteressadamente.
O governo chinês reagiu. Em pronunciamento, Qin Gang, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, respondeu: “A lógica do artigo (do ICIJ) não é convincente, o que provoca questões sobre os seus motivos”.
G1