Segundo estudo do Sebrae, pequenos negócios superam dificuldades do início da atividade e conseguem se manter no mercado
A cada 100 empresas criadas no Brasil, 76 sobrevivem aos dois primeiros anos de vida. É o que demonstra o estudo Sobrevivência das Empresas, divulgado nesta quarta-feira (10) pelo Sebrae. Essa taxa, em crescimento nos últimos anos, mostra uma melhor capacidade das micro e pequenas empresas para superar dificuldades nos primeiros dois anos do negócio. Nesse período inicial, a empresa ainda não é conhecida no mercado, não possui carteira de clientes e, muitas vezes, os empreendedores ainda têm pouca experiência em gestão.
“A taxa de sobrevivência é muito alta e se deve principalmente a três fatores: legislação favorável, aumento da escolaridade e mercado fortalecido”, analisa o presidente do Sebrae, Luiz Barretto. “O Supersimples – que reduz impostos e unifica os tributos em um só boleto – deu tratamento diferenciado e melhores condições aos pequenos negócios. A escolaridade aumentou no Brasil como um todo e também beneficiou as empresas, porque um empreendedor mais preparado se planeja melhor. E por fim, a força do mercado interno, com mais de 100 milhões de consumidores, impulsiona os pequenos negócios”, destaca Barretto.
Segundo estudo do Sebrae, a região com maior número de empresas que vencem a barreira dos dois anos de vida é a Sudeste, onde também se concentra a maior quantidade de pequenos negócios. Nessa região, o índice de sobrevivência atingiu a 78%. Em seguida está o Sul do país, com taxa de 75,3%, depois o Centro–Oeste (74%), Nordeste (71,3%) e Norte (68,9%). “Empreender sempre envolve risco, por isso é natural ter um percentual de empresas que não avançam. Mas qualquer taxa acima de 70% já é considerada bastante positiva, inclusive como parâmetro internacional”, avalia o presidente do Sebrae.
Tomando como referência o estudo de sobrevivência das empresas feito pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) junto a 15 países, a taxa mais alta é da Eslovênia, com 78%. Ao atingir 76%, o Brasil supera países como o Canadá (74%), Áustria (71%), Espanha (69%), Itália (68%), Portugal (51%) e Holanda (50%), entre outros. O estudo da OCDE é o que mais se assemelha ao do Sebrae, no entanto considera ativa a empresa que tem ao menos um funcionário. Já o censo feito pelo Sebrae considera ativa a empresa que está em dia com a declaração fiscal junto à Receita Federal.
Capacitação
Preparar a entrada no mundo dos negócios é o primeiro passo para ter sucesso com uma empresa. De acordo com o Sebrae, elaborar um plano de negócios, avaliar sua capacidade financeira e não misturar as contas pessoais com as da empresa são algumas das principais dicas.
Em todo o Brasil, o Sebrae oferece consultorias, treinamentos, palestras, seminários, eventos, publicações, entre outros serviços, muitos deles gratuitos. O atendimento pode ser feito presencialmente em um dos mais 700 pontos de atendimento no País ou ainda pela Internet (www.sebrae.com.br) ou pelo telefone (0800.570.0800).
Veja dez dicas para a sobrevivência da empresa:
1. Planeje-se sempre;
2. Respeite sua capacidade financeira;
3. Não misture as finanças da empresa com as pessoais;
4. Fique de olho na concorrência;
5. Prospecte novos fornecedores;
6. Tenha controle do seu estoque;
7. Marketing não se resume a anúncio, invista em outras estratégias;
8. Inove, mesmo que seja um produto/serviço de sucesso;
9. Invista sempre na formação empresarial;
10. Seja fiel aos seus valores e ao do seu negócio.