O candidato do DEM ao governo estadual, Paulo Souto, destacou que “o estado não pode aceitar a falência da autoridade” ao observar que o crime organizado inviabiliza o funcionamento de órgãos do poder público. Ele disse que, nestas condições, seria necessário ocupar áreas comandadas por grupos criminosos. O demista afirmou isto na sabatina promovida pelos grupos A TARDE, Metrópole e TV Aratu, transmitida nesta terça-feira, 2, ao ser informado pelo jornalista Levi Vasconcelos, mediador da sabatina, sobre a ação de grupos criminosos que atuam na periferia de Salvador e impedem que escolas municipais sejam recuperadas porque usam os espaços para guardar drogas e armas.
Segundo o jornalista Levi Vasconcelos, a informação partiu do secretário de educação da capital baiana, Jorge Khoury, que é coligado ao Souto. “Isso aí (permitir a ação destes grupos) é a negação do poder do estado. Do ponto de vista conceitual não é possível conviver com isso”, disse o candidato ao governo, que foi sabatinado ainda pelos jornalistas de A TARDE, Jeane Borges, Biaggio Talento e Patrícia França.
O demista apontou que a ocupação é necessária para que os serviços públicos voltem a funcionar, admitindo ainda que efeitos colaterais podem ocorrer nestas retomadas de território. “Uma reação como esta pode trazer algum tipo de problema, mas tem que ser feita”, apontou. Ainda no tema da segurança pública, o candidato foi perguntado pela jornalista Jeane Borges, que citou dados do Mapa da Violência – que aponta, entre outras estatítiscas, que o estado possui cinco das dez cidades mais violentas do País – e quis saber de Souto suas principais políticas e análises para o setor.
O candidato ressaltou a necessidade de “reconquistar a confiança de policiais civis e militares”, além de reforçar as ações dos grupos especiais, inclusive trazendo apoio do Ministério Público. Disse ainda que é preciso dar apoio e condições para que os policiais enfrentem o crime organizado, principalmente o fortemente armado, mas que é necessário coibir os abusos cometidos por policiais. Ele defende ainda que a União participe com maior parcela de recursos para a manutenção das políticas de segurança nos estados. “Atualmente, 85% dos recursos são estaduais”, pontuou.
A Tarde