O horário eleitoral da última segunda-feira (22) foi marcado por trocas de acusações entre os partidos DEM e PT, e alguns casos, como de um suposto esquema, foram lembrados por parte do partido DEM ao PT de Rui Costa. A denúncia que já havia sido feita à revista Veja pela presidente do Instituto Brasil, Dalva Sele, insinua a existência de um suposto esquema de caixa 2 no PT baiano. Na denúncia são citados o senador Walter Pinheiro que, segundo Dalva, teria recebido R$ 260 mil, o deputado federal pelo PT, Nelson Pelegrino, e o atual presidente da Embratur, ex-PCdoB, Vicente Neto.
No programa, o candidato do DEM, Paulo Souto, afirmou que o petista fazia parte da “folha de pagamento” do suposto esquema, que teria desviado R$ 50 milhões desde 2004, conforme a publicação. Ainda segundo a reportagem da revista, campanhas eleitorais do PT foram alimentadas com recursos que deveriam ser investidos na construção de casas em 18 municípios baianos. O ataque de uma possível má administração foi ainda ilustrado com moradores de Canarana-BA se lamentando por não terem recebido casas prometidas dentro do convênio firmado entre o Instituto Brasil e a Secretaria de Desenvolvimento Urbano.
Acusado pela dona da ONG, o candidato do PT ao governo da Bahia, Rui Costa, prometeu processar a denunciante e a revista Veja, que fez reportagem com base nas declarações de Dalva.
Entre os beneficiados do PT estão o atual candidato a governador da Bahia, Rui Costa, o senador Walter Pinheiro, os deputados federais Nelson Pelegrino e Zezéu Ribeiro, e o ex-ministro do governo Dilma, Afonso Florence.
MPF vai investigar caso
A frente de partidos de oposição (DEM/PSDB/PPS/SDD), representada pelo senador José Agripino (DEM-RN), e os deputados federais Antonio Imbassahy (PSDB-BA), Bruno Araújo (PPS-PR), Arthur Maia (SDD-BA) e Mendonça Filho (DEM-PE), entregou ontem (23), em mãos do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a representação para que o Ministério Público Federal (MPF) investigue o desvio de recursos de mais de R$ 6 milhões do Fundo de Combate à Pobreza para campanhas do PT e petistas na Bahia, o “Mensalinho Baiano”.
Para o senador José Agripino, as denúncias são gravíssimas e envolvem recursos federais. “Em razão disso o DEM, PSDB, PPS e SDD pediram ao MPF uma investigação detalhada. O procurador-geral da República, Dr. Rodrigo, nos recebeu pessoalmente e acolheu a nossa representação, que vai motivar a instauração de processo de investigação no âmbito em que ele julgar conveniente”.
Na tarde de ontem, segundo o deputado federal Antonio Imbassahy, líder do PSDB na Câmara Federal, a frente de partidos de oposição acionou outros órgãos de fiscalização da República para que se encarreguem também de investigar a denúncia de falcatrua, que envolve o Instituto Brasil e o PT da Bahia. “Apresentaremos representações ao Tribunal de Contas da União, Corregedoria Geral da União (CGU), Ministério da Justiça, Polícia Federal (PF) e Conselho de Ética da Câmara Federal”.
Para Imbassahy é responsabilidade também desses órgãos fiscalizar e cuidar bem do dinheiro público, que está sendo mal versado, segundo a presidente do Instituto Brasil, pelo PT. “É necessário investigar se há outras denúncias de desvio de recursos do Fundo de Combate à Pobreza. O caso do PT da Bahia, que veio à tona, pode estar se reproduzindo em outros estados, causando uma sangria desatada nos cofres públicos”.
Imbassahy destaca ainda que uma representação será feita no Conselho de Ética da Câmara Federal, requerendo a investigação da quebra do decoro parlamentar dos deputados envolvidos no esquema de desvio de recursos públicos, a exemplo do candidato a governador da Bahia, Rui Costa, que, além de acusado de receber “mensalinho” do Instituto Brasil, recebeu doação em dinheiro da presidente Dalva Sele para sua campanha eleitoral em 2006. Serão denunciados também ao Conselho os outros deputados petistas Nélson Pelegrino e Afonso Florence.
Da Redação