A 10ª Delegacia de Polícia (DP) de Botafogo, no Rio de Janeiro pediu a inclusão na lista da Interpol do nome do suspeito de participar do ataque à produtora Porta dos Fundos na véspera do Natal, em Humaitá. Segundo informações, o empresário Eduardo Fauzi Richard Cerquise viajou para a Rússia no dia 29 de dezembro. A Secretaria de Polícia Civil do Rio de Janeiro (Sepol) disse que ainda não está confirmado se o pedido foi aceito.
De acordo com o delegado titular da 10ª DP, Marco Aurélio de Paula Ribeiro, que está à frente das investigações, o homem é considerado foragido. Ele não foi localizado nas diligências de terça-feira (31), quando foram cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão em quatro endereços referentes ao suspeito.
O empresário pode ter a extradição solicitada, uma vez que Brasil e Rússia têm acordo de cooperação na área. Conforme o processo de extradição, o Ministério da Justiça pode encaminhar, em conjunto com o Ministério de Relações Exteriores, o pedido ao governo russo. No entanto, é preciso que receba antes a solicitação do juiz responsável pelo caso.
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) informou à Agência Brasil que ainda não há manifestação do juizado.
O Ministério da Justiça afirmou que não pode dar informações sobre a aplicação da medida. “O Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), da Secretaria Nacional de Justiça (Senajus), não pode se manifestar sobre casos concretos, inclusive quanto à existência ou não de pedido de cooperação internacional a eles relacionados.”
A extradição pode ocorrer em dois casos: a extradição ativa é quando o governo brasileiro requer a outro país o retorno de um foragido da Justiça brasileira e, a passiva, quando um determinado país solicita a extradição de um indivíduo foragido que se encontra em território brasileiro.
Apesar de Brasil e Rússia terem acordo na área, o pedido de extradição não se limita a países com os quais o Brasil possui tratado. No caso de não haver acordo, o pedido será formulado com documentos previstos no Estatuto do Estrangeiro, devendo solicitado com base na promessa de reciprocidade de tratamento para casos análogos.
Em ação realizada na terça-feira, segundo a polícia, os agentes estiveram em endereço residencial na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio; em dois dois pontos comerciais na Praça Mauá, no centro, sendo um deles identificado como residencial; e no Engenho Novo, na zona norte. No último endereço, funciona um posto de combustíveis, que já não pertence mais ao suspeito. Na Barra, os agentes encontraram R$ 119 mil, dois simulacros de armas de fogo, facões, munição, camisa de entidade filosófico e política e computadores.