Sabendo que o meio ambiente é finito e limitado, tendo seus recursos constantemente explorados, a educação ambiental se faz necessária para a conscientização para preservar as riquezas naturais. Pensando assim, o Centro de Conservação e Manejo de Fauna da Caatinga (Cemafauna Caatinga) realiza a técnica de taxidermia em animais que vão a óbito nos recintos da instituição e os adicionam a coleções científicas de cada grupo de fauna e à ala de exposição do Museu de Fauna da Caatinga.
Taxidermia, do grego significando ‘dar forma à pele’, é a arte de preservar animais para exibi-los com a aparência de quando ainda estavam vivos, cuja técnica tem registros antigos que remontam ao império egípcio. O animal e também seu habitat são reconstituídos o mais fielmente possível para que possam servir de instrumentos para educação ambiental ou como material didático.
No Cemafauna, o médico veterinário Fabricio Silva é o taxidermista responsável por todo o processo. O objetivo dessa técnica é fomentar a formação de uma consciência ambiental para os mais diversificados tipos de público que visitam o Museu de Fauna. “O nosso legado é além das descobertas e estudos científicos que realizamos ao longo desses anos de atuação. Nós temos um compromisso com a conservação da fauna do bioma e para isso também é que temos esses animais taxidermizados em nosso Museu. É importante fazer com que as pessoas se conscientizem do papel de cada animal na natureza, respeitá-los e compreender que são essenciais para o equilíbrio do meio ambiente”, ressalta Luiz Cezar.
O primeiro animal que passou por esse procedimento no Cemafauna, um marsupial, está datado em 28 de outubro de 2009, e foi preparado pelo coordenador do centro, o professor Luiz Cezar Pereira que transmitiu os conhecimentos ao então estagiário e hoje médico veterinário Fabrício Silva. O veterinário explica que todos os animais que vêm a óbito no Centro, ou porque já chegaram debilitados ou ainda porque desenvolveram alguma patologia são encaminhados ao Laboratório de Taxidermia e passam pelo processo tradicional usando algodão e palha e o bórax como substância para conservar a pele.
No Cemafauna há um banco de animais que contém o nome do animal, nome do responsável e data da coleta, local e condições do ambiente, além de informações para mapeamento. Até este ano de 2015 já são mais de 650 animais taxidermizados quer seja em postura natural (para exposição ou material didático), quer seja em postura científica (adequada para coleções científicas). “Sempre tive afinidade e gostei de trabalhar com animais e na faculdade a gente aprende muito sobre anatomia animal. Desde o início do estágio quando aprendi a técnica com o professor Luiz Cezar venho desenvolvendo taxidermia no Cemafauna. Constantemente busco aprimorar o que já aprendi e sempre consulto o professor Luiz, até mesmo porque aqui na região não existe ainda cursos específicos na área”, afirma Fabricio. Hoje, o profissional também passa os conhecimentos para estudantes dos cursos de Ciências Biológicas e Medicina Veterinária da Univasf que fazem estágio no Centro.
Cemafauna
Sendo o 23º dos 38 Programas Básicos Ambientais (PBA) do Projeto de Integração do São Francisco (PISF) com as Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional, Programa de Conservação de Fauna e Flora, o Cemafauna, criado em 2008 por um grupo de professores da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), foi construído e é mantido com recursos do PISF executado pelo Ministério da Integração Nacional (MI). O Programa assegura diretrizes para a conservação da fauna e flora locais, tudo em prol de uma gestão biologicamente sustentável, visando o menor impacto possível à natureza.
ASCOM/CEMAFAUNA