O presidente interino Michel Temer encerrou há pouco seu primeiro discurso no cargo, logo após empossar seus 24 ministros. Temer falou mais de uma vez que é urgente pacificar a nação e unificar o Brasil. Para isso, pediu o apoio de partidos e entidades da sociedade civil. “O povo vai colaborar para tirar o País dessa crise em que nos encontramos. Diálogo é o primeiro passo para enfrentar desafios e garantir retomada do crescimento.”
Também em seu discurso Temer fez questão de reafirmar seu compromisso com os programas sociais em vigor no País. “Reafirmo, e faço em letras garrafais, vamos manter os programas sociais. O Bolsa Família, o Pronatec, o Fies, o Prouni, o Minha Casa, Minha Vida, entre outros, são projetos que deram certo e terão sua gestão aprimorada. Aliás, mais do que nunca, precisamos acabar com um hábito no Brasil em que, assumindo outrem o governo, você destrói o que foi feito. Ao contrário, você tem que prestigiar aquilo que deu certo, complementá-los, aprimorá-los”, declarou Temer.
“Democracia da eficiência”
Em seu discurso, Temer afirmou que todos os esforços estarão centrados na eficácia da governança pública, para a era da “democracia da eficiência”. Além disso, pretender retomar o crescimento econômico reconstruindo os fundamentos da economia e melhorando as bases para o setor privado.
Como primeira medida para restaurar o equilíbrio das contas públicas Temer citou a redução do número de ministérios, reduzido de 32 para 24. “E não vamos parar por aí: já estão encomendados estudos para eliminar cargos comissionados e funções gratificadas”, disse.
Ainda no campo econômico, Temer fez questão de se dirigir ao mercado: serão mantidas todas as garantias que a direção do Banco Central tem para fortalecer sua atuação na política monetária e fiscal.
Lava jato e reformas
Temer elogiou o trabalho da Lava Jato, afirmando que a operação tornou-se referência. “Daremos proteção contra qualquer tentativa de enfraquecê-la”, disse. Temer aproveitou para dizer que respeita a presidente afastada Dilma Rousseff, com “respeito institucional”, sem querer entrar em detalhes nos motivos que a afastaram.
Sobre reformas planejadas pelo seu governo, Temer falou nas reformas trabalhista e da Previdência, mas garantiu que nenhuma delas terá como objetivo alterar direitos adquiridos pelos cidadãos. Segundo ele, essas matérias, consideradas controversas, serão levadas adiante com o objetivo de garantir o “pagamento das aposentadorias e geração de emprego”.
Ele destacou que quer uma base parlamentar sólida, que permita conversar e reafirmou o desejo de “pacificar a nação” e “unificar o Brasil”. “Ninguém individualmente tem receitas para reformas, mas nós – governo, parlamento e sociedade – vamos encontrá-la.”
Temer disse ainda que o Brasil elementos de consenso permitem estabelecer bases sólidas para uma política externa e que a recuperação do prestígio do país é uma tarefa decisiva. Além disso, ressaltou a importância da harmonia entre os poderes e da não interferência entre eles.
Carta Capital