Havia dúvidas se o ministro Dias Toffoli iria ou não votar, por ter sido advogado do PT e assessor da Casa Civil na época em que José Dirceu era chefe. Permaneceu no colegiado e votou, sim, justo como se esperava. Dos seis ministros que já se pronunciaram, quatro votaram pela condenação dos réus, menos Ricardo Lewandowki, o revisor, e Dias Toffoli que absolveu todo mundo e foi, após declarar seu voto, contestado com veemência, e com provas, pelo relator Joaquim Barbosa. O STF tende a continuar na rota de condenação, embora os ministros possam mudar seus votos até o final. O que parece difícil. Toffoli deve ser voto para a absolvição de José Dirceu –trata-se de uma presunção dos advogados –tido com chefe do esquema do mensalão, assim considerado pelo procurador geral da República, Roberto Gurgel. Toffoli é o mais novo dos ministros, nomeado por Lula, embora outros o fossem, mas votaram pela condenação. Ninguém se surpreendeu com os votos do ministro. Alguns dos integrantes do colegiado assistiram ao seu voto de absolvição distante do que se passava, lendo ou alheios à sua presença. Como se demonstrassem que não adiantava prestar muita atenção porque a conclusão da votação de Toffoli desde o início parecia já conhecida. Cada cabeça é de fato, uma sentença.
BN