Foi tudo muito rápido. “Quando me virei para pegar a pomada contra assaduras, meu filho caiu do trocador”, recorda a empresária Marian Birani, 37, mãe de Farid, hoje com 7 anos. “Não lembro exatamente quantos meses ele tinha, mas já se sentava sozinho. A única coisa que não me esqueço foi o susto que levei”, conta. O menino foi examinado pelo pediatra no mesmo dia e, exceto pelo “galo” na testa, não houve sequelas, por sorte.
Todo cuidado é pouco na hora da troca de fraldas: esse tipo de acidente é mais comum do que se imagina. “As quedas são as principais causas de atendimento de crianças nos serviços de emergência, com consequentes hospitalizações, sequelas e mortes”, alerta a pediatra Marislaine Lumena de Mendonça, presidente do Departamento Científico de Segurança da Criança do Adolescente da Sociedade Brasileira de Pediatria. E, para piorar, a maioria resulta de alguma falha na supervisão do cuidador, segundo a especialista.
Por isso, não custa repetir: nenhuma criança deve ser deixada sozinha sobre o trocador, banheira, sofá, cama ou qualquer outra superfície alta. Mesmo as que ainda não sabem se virar sozinhas – o que geralmente acontece por volta do quarto mês de vida – podem se mover e cair. Mas vale lembrar que os bebês conquistam novas habilidades a cada dia, em uma velocidade surpreendente. “Não temos como saber qual será o dia exato em que a criança irá aprender a rolar, sentar, engatinhar e assim por diante. Então, é preciso ter cautela”, ressalta Gabriela Freitas, coordenadora nacional da ONG Criança Segura. Outro agravante é que as crianças têm a cabeça proporcionalmente mais pesada em relação ao corpo do que os adultos – ela representa 25% do peso, em média. Já nos adultos, somente 6%. Assim sendo, perdem o equilíbrio com mais facilidade e, ao cair, aumentam as chances da cabeça bater no chão.
A boa notícia é que as quedas do trocador são fáceis de evitar. A primeira medida é deixar tudo o que for preciso ao seu lado, da fralda ao creme anti-assaduras. Assim, pais e cuidadores não terão de se ausentar, nem que seja por um segundo. “Se tiver que se virar, caso seja chamado, por exemplo, a dica é deixar uma das mãos sobre o corpo do bebê”, diz Gabriela. No caso dos bebês maiores, que se mexem muito, vale a pena dar um brinquedo (chocalhos e mordedores são boas opções) para distraí-los durante a troca. O momento também pode ser de interação: que tal conversar, cantar ou brincar com o seu filho? Certamente, ele ficará mais tranquilo e facilitará o seu trabalho. Outra recomendação para garantir que a troca de fraldas seja feita com segurança é manter objetos pequenos, como botões e alfinetes, longe do alcance das crianças no trocador.
Em primeiro lugar, mantenha a calma. Saiba que o risco de lesões é quatro vezes maior se a criança cair de uma altura superior a 1,5 m (as cômodas, em geral, têm a partir de 90 cm). Mas a gravidade da queda não depende só da altura, como também da superfície onde o bebê cair. Quanto mais duro o piso, obviamente, pior a situação. Por isso, a recomendação é que o bebê seja avaliado por um pediatra na sequência ao acidente.
Fonte: Revista Crescer