É o psilídeo-de-concha, uma nova praga que tem atacado florestas de eucalipto em vários municípios do Brasil. Detectado em 2003, o inseto, também conhecido como “piolho-do-eucalipto”, tem rápida capacidade de dispersão no ecossistema florestal e provoca significativas perdas econômicas. Para combater a praga, pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente e Embrapa Florestas, em Colombo, no Paraná participam do “Projeto Cooperativo de Controle Biológico do Psilídeo-de-concha em Florestas de Eucalipto”, em parceria com a Universidade Estadual Paulista (Unesp), Campus de Botucatu, SP; com o Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais (IPEF), de Piracicaba, SP; e empresas do ramo florestal no país.
As espécies de eucalipto mais atacadas são as utilizadas na produção de lenha, carvão vegetal e de celulose, explica o pesquisador da Embrapa Meio Ambiente Luiz Alexandre Nogueira de Sá, também coordenador das pesquisas na Unidade. De acordo com Nogueira de Sá, o controle biológico da praga é um método natural que reduz de 30% a 80% o nível de incidência do inseto nas florestas, e se dá por meio de uma vespa, a Psyllaephagus bliteus. “O controle químico com inseticidas é um método caro, de alto impacto ambiental e tem efeito temporário”. Além disso, a aplicação de inseticidas sistêmicos pode custar entre R$ 40 e R$ 150 por hectare de floresta e exige no mínimo três aplicações por ano”, enfatiza o pesquisador.
Hoje a área plantada com eucalipto no Brasil está próxima de 3 milhões de hectares. Em 2003, o Brasil exportou US$ 2,8 bilhões em papel e celulose. Problemas relacionados à resistência de determinados insetos a vários princípios ativos dos produtos químicos, a sua ineficiência, o surgimento de pragas secundárias e também o largo espectro de ação destes agrotóxicos contribuem decisivamente para agravar o desequilíbrio ecológico em diversos ecossistemas, além de elevar os custos de produção.
Por se tratar de uma praga exótica ao país, atacando uma espécie vegetal também exótica, o eucalipto, a melhor opção foi a importação de um inimigo natural específico, oriundo da região de origem da praga, pelo Laboratório de Quarentena “Costa Lima”, da Embrapa Meio Ambiente. A estratégia é denominada controle biológico clássico. Assim, foi feita a importação deste parasitóide exótico, introduzido anteriormente e já estabelecido com sucesso em três regiões mexicanas distintas: Guadalajara, Águas Calientes e Moreia.
da redação do Nordeste Rural