A partir deste ano, no mês de setembro, haverá um movimento de conscientização da população sobre a realidade do suicídio. Assim como já existe o “Outubro Rosa” lembrado pela prevenção do câncer de mama, e o “novembro azul”, feito para conscientizar sobre as doenças masculinas, o “setembro amarelo” foi criado para mostrar a realidade sobre o suicídio: para mais de 90% dos casos existe prevenção.
O suicídio é um problema mundial. De acordo com o Ministério da Saúde (MS), é considerado um problema de saúde pública: a cada hora no Brasil 3 pessoas tentam ceifar a própria vida e 1 consegue consumar o ato com sucesso. Essa realidade também é vivenciada na Unidade de Pronto Atendimento de Petrolina (UPA 24h), e segundo a enfermeira Isadora Rodrigues, responsável pelo Núcleo de Epidemiologia Hospitalar (NEH) da unidade, somente este ano foram registrados 21 casos de vítimas de intoxicação exógena intencional,que se caracteriza como a consequência clínica e/ou bioquímica da exposição a substâncias químicas nos casos de violências auto provocadas.
Ao chegarem na UPA, esses pacientes são acolhidos pela enfermagem na Classificação de risco e passam por atendimento médico. Após estabilização, é realizado o atendimento do Serviço Social pela equipe de plantão e gerada a notificação no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). “Nós abordamos o paciente, fazemos uma escuta qualificada para que seja observado todo contexto daquele sujeito e fazemos o encaminhamento para O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) para acompanhamento”, explica a supervisora do serviço, Nazaré Cunha.
Ainda segundo Nazaré, durante o período que o paciente passa na unidade ele recebe todo aconselhamento necessário. “Abordamos os familiares também para que haja um entendimento melhor do caso, e esclarecendo a necessidade do acompanhamento do paciente no serviço de referência após a alta para que seja realizado um tratamento resolutivo. Se o paciente trabalha de carteira assinada por exemplo, fazemos também as orientações sobre os direitos previdenciários, além de atuar para o fortalecimento de vínculos com seus parentes, já que geralmente existem problemas familiares e amorosos dentro do contexto e até mesmo abandono”, esclarece.