Na próxima segunda-feira, 13 de abril, estreia o documentário “USP 7%”. O curta-metragem propõe uma reflexão sobre o racismo estrutural na sociedade brasileira e retrata a luta pela reserva de vagas para estudantes negros na Universidade de São Paulo (USP).
O nome do documentário remete ao percentual de negros matriculados em 2012 na universidade. A pré-estreia será no Núcleo de Consciência Negra da USP.
A história dessa discussão dentro dos campus da USP é contada pelos militantes que desde a década de 1980 lutam para aumentar a presença dos negros dentro das salas de aula. Luís Carlos conta como, naquele tempo, derrubou a porta e começou a ocupação do barracão onde até hoje funciona o Núcleo de Consciência Negra, centro de pensamento e mobilização pela causa racial dentro da universidade.
Regina Lúcia, também antiga militante, traz a visão de como o movimento se articulou para fora do campus para tornar as cotas uma reivindicação de todo o movimento negro, e como as ações afirmativas explicitam as disputas e privilégios em séculos de exclusão e preconceito.
O vídeo traz entrevistas também com duas jovens: uma já matriculada, que relata como é o cotidiano de alunos negros na USP, e outra, filha de uma faxineira que trabalha na universidade, que é uma das alunas do cursinho pré-vestibular mantido pelo Núcleo de Consciência Negra.
As quatro histórias apresentam a luta contra o racismo e mostram como o preconceito está presente nas relações da sociedade brasileira. Os diretores do filme são os jornalistas Daniel Mello e Bruno Bocchini.
Lei das Cotas
A Lei n° 12.711/2012, chamada Lei das Cotas, define que as Instituições de Ensino Superior vinculadas ao Ministério da Educação e as instituições federais de ensino técnico de nível médio devem reservar 50% de suas vagas para as cotas. As instituições têm o prazo de 4 anos para a implementação integral da lei, e o mínimo de 25% por ano. Ou seja: nos vestibulares de 2013, as instituições devem ter reservado no mínimo 12,5% do total de vagas; em 2014, 25%; em 2015, 37,5%, e, em 2016, a metade das vagas, como prevê a lei. Assim, em 2016 todas as instituições terão reservadas 50% de suas vagas para as cotas.
As vagas são distribuídas de acordo com os critérios: origem em escola pública; renda – renda familiar per capita igual ou inferior a um salário mínimo e meio; étnico-racial – proporcional à composição étnico-racial verificada pelo IBGE, e devem incidir sobre a totalidade das vagas reservadas às cotas. Essa proporção é dividida entre pretos, pardos e indígenas.
Fonte: Agência Brasil