A vacinação de meninas contra o vírus HPV em escolas e postos de saúde deve começar em cerca de um mês. Contudo, a vacina ainda não é unanimidade entra a classe médica. Médicos de saúde da família levantam dúvidas sobre a segurança da imunização, e alegam que faltam comprovações científicas de que ela realmente protegerão as mulheres contra o câncer de colo de útero. O Ministério da Saúde e três sociedades da classe (pediatria, ginecologia e imunização) rebatem as críticas e garantem a eficácia e segurança da vacina – que será ofertada a partir de 10 de março a meninas de 11 a 13 anos, e é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Estudos clínicos mostraram que a vacina é eficaz contra verrugas e lesões genitais causadas pelo vírus, que também é relacionado a 70% dos casos de câncer uterino. Contudo, para o médico de família e professor de clínica geral da USP, Gustavo Guzzo, “a vacina não demonstrou até o momento que evitará essas mortes [por câncer de colo]. Ela previne as verrugas e lesões no colo do útero, que não matam. A maioria absoluta delas regride”. O tumor é responsável pela morte de 9 mil mulheres por ano.
Quanto à segurança da imunização, os questionamentos citam países como Espanha, EUA e Japão, em que há relatos de reações graves como paralisias e mortes – o que levou o governo japonês a não recomendá-la mais desde agosto. Porém, não foi comprovada a relação desses eventos com a vacina. Para Nilma Neves, da Federação das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), as reações graves podem ter sido apenas coincidências. Informações da Folha de S. Paulo.