Vale do São Francisco deve sofrer retração nas exportações de frutas

No Vale do São Francisco, no Sertão de Pernambuco e Bahia, as safras de manga e de uva foram boas, mas a expectativa da Câmara de Fruticultura do Vale é de que haja queda na exportação das frutas. No ano passado foram exportadas 145 mil toneladas de uva e de manga. Para este ano, o número não deve superar 134 mil. O preço da uva foi o responsável por esta redução, já que o valor da fruta no mercado interno está mais atrativo para os produtores.

De acordo com o presidente da Câmara de Fruticultura do Vale, Édis Matsumoto, o mercado interno tem sido bem mais propício. “A gente tem consumido a uva aqui do Vale do São Francisco e em contra partida a exportação traz vários riscos: risco cambial, risco de mercado, risco de distância. E tudo isso faz com que o produtor dê preferência ao mercado local”, explicou.

No Vale do Submédio São Francisco está concentrado o maior polo de fruticultura irrigado do Brasil. As mangas são cultivadas em cerca de 23.300 hectares e as uvas finas de mesa em aproximadamente 12.100 hectares. As áreas já em produção, contudo, são 19.400 e 9.900 hectares, respectivamente. Por ano, cerca de 140 mil toneladas de frutas deixam a região com destino a vários países da Europa e da América.

90% da uva produzida no vale é exportada e 93% da manga. Isso em duas safras anuais. Um negócio que movimenta US$ 800 milhões por ano. A atividade da fruticultura em geral emprega 240 mil pessoas na região na época da concentração da safra, especialmente no segundo semestre.

Só nesta fazenda produtora de manga localizada em Petrolina, foram contratados 44 funcionários. A plantação tem 35 hectares, dos quais, pelo menos 20 estão produzindo. As variedades são Haden e Tommy atkins. O proprietário, seu Vanildo Roque espera colher cerca de 500 toneladas e pouco mais da metade vai para outros países. Ao contrário do que ocorreu com a uva, o preço da manga está bom. O quilo está saindo a um R$ 1,20, mais atrativo do que os 80 centavos pagos pelo mercado interno.

“Na safra passada eu vendi para o mercado interno, que tinha o melhor preço. Agora a exportação tá pagando melhor, é melhor vender para exportação. Vendo pra quem paga mais”, enfatizou Vanildo.

Se as exportações da manga estão vantajosas, a situação da uva é diferente. Apesar da boa produção, quem cultiva a fruta está de olho no mercado interno. É que o preço do quilo aqui no Brasil está praticamente igual ao praticado fora daqui, cerca de R$ 3. O que acaba sendo mais vantajoso vender a produção aqui mesmo.

Em uma das fazendas produtoras de uva, localizada no Projeto Irrigado Maria Tereza, Zona Rural de Petrolina, tem uma área de 20 hectares plantados com 6 variedades, entre elas a Crimson (verde) e a Mednight (roxa), ambas sem sementes. O proprietário, seu José Lóio, investiu ainda na contratação de mão de obra, mais de 100 funcionários. Serão colhidas cerca 400 toneladas da fruta, e apenas 30% da produção deve ser exportada, o que equivale a 120 toneladas.

“A exportação nos traz vários custos adicionais: embalagens, certificação, exportação em container, frete marítimo, e esses custos não existem no mercado interno”, justificou  José Lóio.

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