“Trabalhando corretamente temos economia de água, preservação do meio ambiente – porque reduzimos o uso de produtos agroquímicos –, sustentabilidade, fixação de mão de obra no campo – o jovem que não quer mais ficar pode ser incentivado a usar alta tecnologia na propriedade rural –, geração de renda e qualidade de vida”, afirmou no encontro o presidente do Comitê Brasileiro de Desenvolvimento e Aplicação de Plásticos na Agricultura (Cobapla), Gilberto Figueiredo.
O Cobapla e a Associação Brasileira dos Fabricantes de Estufas Agrícolas e seus Equipamentos (Abeagri) estimam em 24 mil hectares a área em que se trabalha com agricultura protegida no Brasil – seriam cerca de 10 mil hectares cultivados sob estufas metálicas e 14 mil hectares cultivados sob estufas de madeira, de concreto ou mistas. O cultivo é dedicado basicamente a flores, hortaliças e frutas.
“É um setor que no Brasil tem crescido muito rapidamente, e por isso os desafios de pesquisa têm se mostrado”, avaliou no seminário o chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Hortaliças, Ítalo Guedes. Entre os principais desafios listados por Guedes para o desenvolvimento da agricultura protegida no país está o fato de que diferentes regiões requerem respostas tecnológicas distintas, com adaptações para condições climáticas muito diversas.
A experiência de Almería
Uma das experiências internacionais apresentadas ao público do seminário foi a do município espanhol de Almería. De acordo com dados apresentados pelo pesquisador José Luis Montero, da Universidade de Almería, o município espanhol possui mais de 29 mil hectares cultivados com técnicas de agricultura protegida – há uma grande concentração de estufas na região, como mostra imagem de satélite.
“Muitos chamam o caso de Almería de ‘o milagre almeriense’, porque o desenvolvimento ali se deu tão rápida e coordenadamente que quase passa a impressão de que se deu sem esforço. Mas na verdade houve muito esforço e muito empreendedorismo por parte dos produtores”, disse Montero.
O XXIV Conird – evento que reúne especialistas de todo o Brasil e de vários países e tem o apoio conjunto da Codevasf e do Ministério da Integração Nacional, entre outras entidades – segue até sexta-feira (09) com uma agenda de conferências, seminários, oficinas e visitas de campo. Mais informações podem ser obtidas em http://www.abid.org.br/.