Na última quarta-feira (19), os torcedores acompanharam o jogo da Juazeirense e do Vitória no Estádio Adauto Moraes em Juazeiro. A partida, da terceira rodada do Campeonato Baiano, terminou com a vitória do rubro-negro baiano sobre o Cancão de fogo, mas o clima foi de descontração entre os torcedores.
Um dos motivos do clima de diversão estava nas mãos dos torcedores. Este foi o primeiro jogo ocorrido no Adauto Moraes após a regulamentação permitindo a venda de bebidas alcoólicas nos estádios e arenas da Bahia. A lei foi sancionada pelo governador Jacques Wagner e traz algumas recomendações para a venda das bebidas. Uma das indicações é que a comercialização ocorra em copos de plástico, para evitar acidentes envolvendo latas e garrafas.
A lei traz divergências de opiniões entre torcedores, jogadores, ambulantes e todos que frequentam as partidas. Para o administrador do Adauto Moraes, Etevaldo da Silva, a lei é favorável para o estádio. “Muita gente deixou de vir por causa da proibição da venda da cerveja. O público diminuiu em cerca de 30 a 40 por cento”, comentou Etevaldo. Ainda segundo o administrador, em anos de trabalho, poucas foram as ocorrências envolvendo o consumo de álcool.
Vendedores aprovam a lei
A proibição da venda e consumo de bebidas nos estádios em campeonatos regionais atinge diretamente os vendedores ambulantes. No Adauto Moraes, a comerciante Íris Santos vende bebidas há mais de vinte e cinco anos e está feliz com a sanção. “Eu vendia bebidas com a minha mãe aqui no Adauto desde os 12 anos e sempre tudo ocorreu bem. As vendas diminuíram nessa fase com a proibição e o certo mesmo é liberar”, conta Íris.
O vendedor Erivaldo Santos notou diferença nas vendas durante o jogo entre a Juazeirense e o Vitória. “A renda sem a cerveja é bem mais baixa e hoje já vejo um amento nas vendas”, comenta Erivaldo.
Já o policial militar Naum Alves, acredita que a liberação pode trazer problemas. “O estádio é um lugar para prestigiar o esporte, o que transmite saúde, e vender bebidas não tem muita conexão com esse objetivo”, observa Naum. O policial ainda acredita que a bebida pode aumentar as emoções dos torcedores e colocar em perigo todo o público do estádio, mesmo acreditando que o Adauto Moraes tem um histórico pacífico de brigas entre torcidas.
Por que não aqui?
Uma das polêmicas que envolveram essa questão da proibição ou não da venda de bebidas foi a liberação para a venda nas arenas da Copa do Mundo 2014. A Fifa tem um patrocinador oficial de cerveja e a proibição deixou de valer nos estádios que vão receber os jogos do mundial. A controvérsia e discussão ficou em torno da vedação continuar nos campeonatos regionais.
O projeto de Lei 20.506/2013 trouxe a proposta de liberação e de regulamentação para a venda de bebidas alcoólicas nos estádios da Bahia. Aprovada na semana passada, a lei já está em vigor e os torcedores podem consumir bebida nos estádios, seguindo as recomendações. O torcedor Arnaldo Pires se diz satisfeito em poder tomar sua ‘cervejinha’ e assistir ao seu time do coração como antes. “Sempre vim ao Adauto e sempre bebi. Nunca vi nenhuma briga relevante por cauda de bebida. Aqui as pessoas vêm para se divertir, é um ambiente familiar”, conclui Arnaldo.
Variadas são as opiniões, mas, diante das permissões, conclui-se que o lema de cerveja e futebol ainda vale para a maioria dos brasileiros loucos pelo esporte.
Equipe Chuteiras Fora de Foco