Primeiro nome na linha de sucessão da Presidência, Temer deu a declaração ao ser questionado por um jornalista sobre se Dilma está tendo uma “última chance” no governo. O peemedebista, então, destacou que, na opinião dele, a petista está se recuperando.
“A presidente está se recuperando cada vez mais e tenho certeza que terminará o mandato”, ressaltou o vice.
No início do mês, durante um debate com um grupo de empresários em São Paulo, o vice disse que, se Dilma não reverter os atuais índices de popularidade, será “difícil” resistir a mais três anos e meio de governo.
À época, a fala do vice gerou um mal-estar no governo. Diante da repercussão do caso, Temer chegou a divulgar nota oficial na qual repudiou as “teorias” de que ele estivesse agindo como conspirador.
Na semana passada, partidos da oposição e até da base governista – entre os quais PSDB, PPS, DEM, PSC, PMDB, PTB e SD –, lançaram, na Câmara dos Deputados, um “movimento” a favor da abertura de um processo de impeachment da presidente da República.
O grupo criou um site para coletar assinaturas de eleitores e parlamentares que defendem o afastamento da chefe do Executivo. O objetivo é reforçar os pedidos de abertura de processo de impeachment que aguardam decisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Temer viajou à Rússia comandando uma comitiva de ministros brasileiros que tem o objetivo de atrair investimentos para o Brasil. Antes de falar com os jornalistas, o vice visitou um stand do Brasil em uma feira de alimentos na capital russa. Mais cedo, o peemedebista havia se reunido com o presidente da Duma, a Câmara dos Deputados da Rússia.
Cortes no Orçamento
Na rápida conversa com a imprensa em Moscou, o vice-presidente também foi questionado sobre a possibilidade de o governo voltar a anunciar cortes de despesas no Orçamento de 2016.
Na manhã desta segunda-feira, Dilma usou a reunião semanal de coordenação políticapara discutir o tamanho do novo corte de gastos. A expectativa é de que a tesourada presidencial alcance cerca de R$ 20 bilhões.
A presidente já havia se reunido no fim de semana com os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento) para definir o enxugamento das despesas da União.
Na avaliação de Temer, os cortes, se forem confirmados, serão um “bom passo”. “Acho que é uma oportunidade que foi pregada intensamente, no sentido de que se façam os cortes. Mas os cortes não estão definidos ainda. Se houver cortes, acho que será um bom passo. Será um atendimento a vários setores que pleiteiam justamente cortes no Orçamento”, enfatizou.
Apesar do esforço da presidente da República para deixar os programas sociais de fora dos cortes, integrantes do primeiro escalão a advertiram da dificuldade de zerar o déficit de R$ 30,5 bilhões previsto quando o Orçamento foi enviado ao Congresso Nacional.
Fonte: Portal G1