Durante entrevista coletiva realizada na manhã desta segunda-feira, no Salão de Atos, na governadoria, Jaques Wagner (PT) comentou a ação da polícia durante o protesto em Salvador e afirmou que todas as denúncias contra a Polícia Militar serão apuradas pela Secretaria da Segurança Pública e acompanhadas de pelo secretário Maurício Barbosa. “Nós não podemos ser ingênuos, na hora que você tem 30 ou 40 mil pessoas e quatro ou cinco mil policiais tentando manter a ordem é mito difícil você ter a precisão de quem deu o primeiro passo”.
Ele declarou que considera “legítima, democrática e correta a manifestação”, mas negou a possibilidade de cancelamento da Copa das Confederações e criticou a depredação de dois ônibus da FIFA em frente ao Sheraton Hotel da Bahia, em Salvador. “Como governador eu tenho que garantir o direito daqueles que iam se locomover e assistir ao jogo de futebol. Sob esse cartaz todo, da cidadania, da participação popular, se abrigam e eu não tenho como condenar, alguns que não sabem conviver com a democracia. Porque quem barbariza, quem depreda e quem toca fogo, na minha opinião, não consegue conviver com a democracia. A democracia é território do império da lei e do diálogo e eu quero, inclusive me oferecer para esse diálogo aqui ou em qualquer outro lugar, no sentido de que as pautas sejam colocas e a gente possa direcionar essa energia para que a democracia brasileira continue avançando. para que todo esse processo de valorização do país, valorização das pessoas possa continuar. O caminho para isso não é terminar manifestação com depredação do Itamaraty, com grupos descendo aqui a Avenida Sete, onde não acontecia nada, para destruir comércio privado e ônibus de delegações. Isso para mim não constrói nada”, afirmou.
Wagner criticou a pauta difusa dos manifestantes e pediu que os ativistas se organizem para dialogar com o governo. “Precisamos organizar a nossa pauta de reivindicação. Eu quero insistir que eu vou me colocar à disposição do MPL (Movimento Passe livre), que é o único movimento que se identifica como tal, mas se tiverem outros movimentos com pautas específicas eu me coloco prontamente aberto á isso. Porque democracia se constrói com diálogo, com eleição, com participação política. Agora nessa sistemática que está nós vamos atrapalhar a democracia brasileira. Porque o movimento não desemboca em uma coisa objetiva”.
O governador pediu também para que as pessoas não permitam o vandalismo durante o protesto. “Eu quero fazer um apelo: eu tenho certeza que a imensa maioria dos que despertam para a cidadania, não permitam que esse despertar possa ser uma antessala de um ataque à democracia. Seguramente, ninguém que está na rua, a amplíssima maioria quer que a gente retorne para qualquer tipo de autoritarismo”, concluiu.
Foto: Emerson Nunes – Arquivo / Política Livre