Entre os dias 28 e 29, em Juazeiro, aconteceu o I Workshop Internacional do Projeto Aedes Transgênico – PAT, realizado pela Moscamed Brasil, que reuniu os maiores pesquisadores na área de biotecnologia e controle biológico com o objetivo de erradicar a dengue. O evento aconteceu no auditório Multieventos da Universidade Federal do Vale do São Francisco – Univasf. Durante o workshop foram apresentados para os pesquisadores e gestores de saúde do Brasil e de países pioneiros em pesquisas na área de biotecnologia, como Estados Unidos, Itália e Canadá, U.K., Quênia, Etiópia e Burkina Fasso, os resultados do projeto, iniciado em fevereiro de 2011, e que após 12 meses apontou 89% de larvas transgênicas na coleta de campo, significando que a população de selvagens está sendo suprimida neste local. De acordo com informações do gerente de projetos do PAT, Danilo Carvalho, já foram liberados 10,8 milhões de mosquitos no período de 2011 a 2012.
Estavam no evento o secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Paulo Câmara, que falou sobre uma das linhas de ação e investimento da secretaria, que versa também o campo da biotecnologia, e o chefe de gabinete Washington Dantas, representando o secretário estadual de Saúde, Jorge Solla, principais órgãos colaboradores do Projeto Aedes Transgênico. “Quando nos foi apresentado esse projeto, a Secretaria de Saúde do estado da Bahia acreditou na proposta que mostra uma alternativa na erradicação da dengue”, disse Dantas, justificando a ausência do secretário Jorge Solla.
A professora Margareth Capurro, da Universidade São Paulo, coordenadora técnica do projeto, fez um histórico do PAT aos presentes, falando sobre as condições sociais e culturais encontradas nas comunidades selecionadas dentro do programa. “Constatamos que no bairro Itaberaba o poder público faz seu papel na comunidade com as campanhas através dos agentes de endemias. Mas a ação de cada indivíduo mostrou a falta de cuidado no combate ao mosquito transmissor com quintais sujos, cheios de lixo”, afirmou. O secretário nacional de Controle à Dengue, órgão ligado ao Ministério da Saúde, Giovanini Coelho, também presente, falou sobre a situação epidemiológica no Brasil relatando casos de epidemia e suas consequências. “O país estaciona quando estamos diante de uma epidemia como em 2009. Se contabilizarmos as fases de epidemia que tivemos no país isso significa que metade do ano paramos as ações na saúde para combater a dengue”, revelou.
A superintendente da Vigilância Epidemiológica e Proteção à Saúde da Secretaria de Saúde da Bahia, Alcina Andrade, também mostrou os números na Bahia e as ações para inibir a influência de um dos principais vetores para o descontrole da dengue, o mosquito Aedes aegypti. Depois de apresentados os números da dengue pelo diretor presidente da Moscamed Aldo Malavasi e o sistema de coleta e produção do Aedes, pelo biólogo e gerente do projeto, Danilo Carvalho, o pesquisador Andrew Mackemey, da Oxitec, empresa parceira no PAT, fez um demonstrativo dos resultados preliminares no período de fevereiro de 2011 a março de 2012.