Estado Islâmico reivindicou ataques; mortos são quase todos civis, diz ONG. Localidades de Tartus e Jableh são controladas pelo regime.
Pelo menos 121 pessoas morreram e várias ficaram feridas nesta segunda-feira (23) nas explosões de sete carros-bomba em duas localidades litorâneas do oeste da Síria controladas pelo regime, afirma a organização Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
As ações foram as primeiras desse tipo nas cidades de Jableh e Tartus — que abrigam, respectivamente, uma instalação naval e um aeroporto militar matidos pelos russos, aliados de Damasco. Até então elas eram relativamente poupadas pela guerra que devasta a Síria há cinco anos.
A mídia estatal confirmou os ataques, mas estimou um saldo de mortes menor. A agência oficial síria, a Sana, estima o saldo de mortes em 78 pessoas. Mais cedo, o Ministério do Interior sírio disse em um comunicado que mais de 20 pessoas morreram.
O Estado Islâmico reivindicou a responsabilidade pelos atentado na agência de notícias do grupo, Amaq. “Ataques realizados por combatentes do Estado Islâmico atingiram grupos alauítas [comunidade religiosa à qual pertence o presidente Bashar al Asad) nas cidades de Tartus e Jableh na costa síria”, diz o comunicado da agência ligada aos jihadistas.
Em Tartus, a série de ataques começou por volta das 9h (3h no horário de Brasília), quando dois suicidas detonaram explosivos dentro de uma estação rodoviária, seguidos pela explosão de um carro-bomba do lado de fora, de acordo com uma fonte da polícia.
A mídia estatal noticiou que um carro-bomba e dois homens-bomba atacaram um posto de combustível em Tartus.
“Esta é a primeira vez que ouvimos explosões em Tartus e que vemos mortos e corpos desmembrados”, testemunhou à agência France Presse Shadi Othman, um bancário de 42 anos que visitou o local das explosões.
Quinze minutos depois, outras explosões simultâneas ocorreram em Jableh, 60 km ao norte, em frente a uma estação rodoviária, na companhia de energia elétrica e em dois hospitais, segundo uma fonte policial.
O OSDH e a mídia estatal síria também afirmam que uma das explosões atingiu um hospital em Jableh.
“No Hospital Nacional, um suicida detonou seu cinturão de explosivos no setor de emergência, enquanto no Al-Assaad um carro-bomba explodiu na entrada”, informou a fonte à AFP.
G1