O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Rio 2016 negocia com os governos federal, estadual e municipal ajuda para quitar a dívida de R$ 132 milhões que acumula com prestadores de serviços. Uma nova rodada de negociações acontecerá neste semestre, onde será apresentado outro balanço para explicar melhor as dívidas do comitê. A competição custou US$ 2,8 bilhões, o equivalente a R$ 8,7 bilhões. De acordo com a Folha, a dívida restante pode ser reduzida em R$ 10 milhões, devido a negociações com credores. Os três níveis de governo se recusam a dar mais dinheiro. “Existe um desencontro entre o que é devido e o que a prefeitura entende que tem que arcar. Isso está sendo muito bem discutido, mas ninguém chegou a uma conclusão”, explicou a subsecretária municipal de Esporte e Lazer do Rio, Patrícia Amorim.
Na reta final para os Jogos, a prefeitura do Rio havia assinado convênio de R$ 150 milhões para ajudar o comitê na organização da Paralimpíada. Na ocasião, o então prefeito Eduardo Paes liberou R$ 30 milhões, e o restante seria repassado conforme prestação do primeiro repasse fosse feita, o que não ocorreu.
A quantia usada pelo município foi usada pelo comitê para o pagamento das passagens aéreas dos atletas e também dos cavalos do hipismo. A União também contribuiu com o comitê antes da Paralimpíada, por meio de patrocínios de empresas públicas, liberando R$ 73,5 milhões dos R$ 100 milhões prometidos. “O governo federal cumpriu seus compromissos na integralidade. Não há pendência alguma com o comitê”, disse em nota o Ministério do Esporte. O governo do estado informou que aguarda a conta do comitê para se pronunciar.
O Comitê Organizador se baseia na auditoria da Grant Thornton para fazer suas cobranças. De acordo com o documento, R$ 146,5 milhões dos convênios assinados com prefeitura e governo federal não foram repassados ao comitê. A entidade pode ser salva pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), que em contrato firmado em 2009 incluiu uma cláusula que obriga a prefeitura e o governo do estado a bancar um possível déficit.
BN