No Vale do São Francisco pode-se planejar a produção de uva para o ano todo. Em importantes países produtores como a África do Sul e Chile, isso só é possível de janeiro a maio. Na Europa e Estados Unidos, só de junho a outubro. A possibilidade de produzir nos períodos de entresafra, quando os preços de mercado se elevam, estimula a expansão de novas áreas de plantios. Infelizmente, como diz o pesquisador Natoniel Franklin de Melo Natoniel, da Embrapa Semiárido, dada a necessidade de material vegetativo, introduções são feitas indiscriminadamente de fontes diversas sem qualquer garantia de sanidade e, muitas vezes, sem identidade varietal comprovada.
Uma preocupação muito séria para a vinicultura são as viroses, disseminadas nos vinhedos por meio do material infectado como estacas, gemas, mudas e pela enxertia. Sua irrupção acarreta o definhamento da planta e queda da produção. Neste caso, só existem duas opções: eliminar a planta infectada; ou prevenir através da utilização de material sadio, livre de vírus.
No Vale do São Francisco, estudos da Embrapa e Codevasf identificaram seis viroses distintas conhecidas como: enrolamento das folhas, entrenós curtos, mosaico amarelo, faixas nas nervuras, entumescimento dos ramos e caneluras nos troncos. Essas viroses, por não apresentarem sintomas evidentes em muitas variedades de copa e cavalo dificultam, não só a diagnose, como também e, principalmente, o seu controle, pois plantas infectadas são inadvertidamente multiplicadas pelos viticultores, disseminando o vírus para novas plantas.