O anúncio do PSC de apoio à candidatura do deputado federal Nelson Pelegrino (PT) à prefeitura pode empurrar o partido para a base de sustentação ao governo do Estado. Depois de fechar com o petista em um ato político, realizado no Centro Cultural da Câmara Municipal de Salvador, na última segunda-feira, nos bastidores há quem diga que a sigla social cristã estaria intensificando os diálogos para conquistar espaços na gestão Wagner.
Desde o início do segundo mandato do PT, o PSC estaria em clima de conversas com o governo, porém o projeto de adesão nunca havia sido selado. Ao integrar a coligação de Pelegrino, o PSC repete o apoio concedido no ano de 2000, quando Eliel Santana, atual presidente estadual da legenda, foi candidato a vice-prefeito na chapa petista à prefeitura da cidade.
Desta vez, a candidatura a vice também estaria sendo colocada na mesa. Nas hostes do PSC, apenas o deputado estadual Targino Machado, que não esconde a oposição ao governador Jaques Wagner (PT), teria resistência em aderir ao governo.
Em conversa com a reportagem da Tribuna, embora sinalizasse que o ingresso no governo pode estar a caminho, o dirigente negou que essa condição estivesse em jogo no processo eleitoral.
“Essa questão não determinou a nossa escolha por Pelegrino, até porque antes já havia se tentado uma aproximação com o governo. Isso foi conversado logo no início do governo”, disse Eliel. Apesar de classificar como secundária a questão dos cargos, o líder do PSC na Bahia disse que o partido tem como contribuir.
“Mas nada de forma assodada, nem a partir de negociata”, pontuou. Segundo ele, a articulação de apoio a Pelegrino foi um processo liderado pelo presidente nacional da sigla, pastor Everaldo Dias, e o presidente do diretório municipal, vereador Heber Santana. “Todos os partidos foram muito solícitos, a exemplo do DEM, PMDB, PP e PRB, mas entendemos que Nelson Pelegrino é o melhor para a situação em que Salvador se encontra”. (LM)