A vontade de ver a Ilha do Fogo com livre acesso reuniu ontem (27) autoridades de Juazeiro e Petrolina, e uma multidão de pessoas que frequentam as margens do Rio São Francisco. O motivo da audiência publica, pela primeira vez presidida pelos presidentes das Casas Aprígio Duarte e Plínio Amorim, Nilson Barbosa e Maria Elena, foi ouvir o povo e tentar reverter à decisão da Justiça em entregar a administração da Ilha para o Exército.
Justificando nada terem contra o 72BI os dois presidentes do Legislativo abriram a sessão solene afirmando que gostariam de tentar buscar meios para que a ilha não deixasse de pertencer ao povo das duas cidades. “Sabemos dos problemas que envolvem a ilha, mas sabemos também que pessoas de bem nos procuraram e provocaram essa audiência e estamos aqui para juntos, em democracia, escutar as partes e tentar chegar a um denominador comum” frisaram reconhecendo que como Legisladores precisam respeitar as Leis, mas também defender os interesses coletivos.
O edil Nilson Babosa falou ainda que a audiência não é para questionar a lei e sim buscar meios do espaço permanecer público, “pois o povo tem o direito de usufruir o espaço de lazer, mas queremos uma área com infraestrutura e, por isso reunimos as duas Câmaras para juntos buscar uma solução”, declaração endossada pela vereadora Maria Elena que fez questão de frisar que essa audiência é histórica e necessária, “faremos o possível para reverter a situação”, assegurou.
Quem também fez uso da palavra, emocionando o público foi o artista Chico Egidio, representando os Amigos da Ilha contou histórias suas e de pessoas que frequentam a ilha há mais de 30 anos. “Somos contra a ocupação da ilha pelo Exército e, por isso procuramos os presidentes das Câmaras de Juazeiro e Petrolina, para dizer que a ilha não divide as duas cidades, como dizem, pelo contrário acredito que a ilha do Fogo une as duas cidades. Respeito o Exército, mas afirmo diante de todos que não quero uma ilha só bonita, pois o Exército vai deixá-la bonita, quero uma ilha onde meu filho possa continuar frequentando, quero uma ilha para o povo”, terminou ao som de muitas palmas.
O comandante do 72 BI, James Collett, fez uso da palavra e ressaltou que esse é um momento onde a democracia é plena, mas ele também explicou que a decisão de assumir a ilha não partiu do Exército, e sim da Justiça. “Assumi o 72 BIMTz em janeiro desse ano, em maio recebi da Justiça informação que assumiríamos a ilha. Portanto, quero dizer a vocês que concordo com tudo que ouvi aqui, mas sei também que fica difícil para o poder público das duas cidades agirem aqui,, até porque a ilha pertence a União e não ao município. Nos sensibilizamos com tudo que foi dito, mas quando chegar o dia do Exército assumir com o passar dos 100 dias dado pela Justiça não tem outro jeito, essa será uma base reestrita”, declarou, acrescentando que “juridicamente existem meios de se reverter essa situação , mas para isso as autoridades locais tem que elaborar um projeto dizendo quem vai administrar a Ilha e mostrar que há viabilidade para tal procedimento”, finalizou.
Por Lidiane Souza