Enquanto a internet alcançou, em abril, sua quarta geração em Salvador e nas demais cidades-sede da Copa das Confederações, outros 143 municípios baianos vivem constantemente offline. O contraste, gerado pela dificuldade ou inexistência de acesso à web em grande parte das zonas rurais do estado, deve, porém, ter fim – ou, pelo menos, se tornar menos gritante – em breve, segundo o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. Em entrevista ao Bahia Notícias, ele explicou que, de acordo com determinação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), as operadoras de telefonia, além de melhorar os serviços nas capitais, terão que investir em infraestrutura de internet móvel em áreas que, atualmente, não fazem parte dos mapas de cobertura. “As empresas não tinham a obrigação formal de cobrir essas localidades, mas chegamos em um ponto em que a web se tornou um serviço de caráter essencial. Por isso, no leilão do 4G, cada empresa que adquiriu um lote para implementar planos da quarta geração no Brasil, ganhou, em todos os sentidos, a obrigação de levar internet às áreas rurais de todo o território nacional”, explicou. Ainda segundo ele, a medida, que deve ser cumprida entre janeiro de 2014 e dezembro de 2015, estabelece que as operadoras ofereçam, em pequenos municípios e distritos, redes de até 1MB com qualidade de conexão equivalente à tecnologia 3G. “Cada operadora será responsável por uma determinada área de cobertura. Na Bahia, será a Claro”, divulgou.
Outras teles, no entanto, já tem os olhos voltados para o interior do estado. A Vivo, por exemplo, estuda novas formas de instalar antenas de internet em cidades nas quais a legislação é restritiva quanto a alocação de estruturas convencionais. De acordo com o gerente de engenharia da companhia, José do Prado, é justamente o grande número de exigências das prefeituras de alguns municípios o maior entrave para o desenvolvimento da web fora dos centros urbanos. “É um problema sério. Eles só liberam a instalação de antenas em terrenos muito grandes e, muita vezes, não há espaço, nem recursos para isso”, reclamou. Para resolver o problema, tramita no Congresso um projeto de lei que quer agilizar o processo de inclusão dos equipamentos com regras padronizadas que deverão valer em todas as cidades do Brasil. A chamada “Lei das Antenas” deve ser votada em maio.(BN)